No último sábado (01), a Polícia desistiu temporariamente de indiciar duas suspeitas de terem participado na morte de uma família que foi encontrada no porta-malas de um carro na madrugada de terça-feira (28), na cidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
De acordo com a polícia o indiciamento deveria ocorrer na noite de sexta, contudo decidiram esperar a finalização do inquérito que levará cerca de 30 dias para estar pronto.
A apuração da reportagem do G1, mostra que Ana Flávia Menezes Gonçalves (24), que é filha e irmã das vítimas, junto com sua namorada, Carina Ramos (31), a versão do crime foi mudada durante o depoimento no Centro de Operações Integradas de Segurança (COI).
O caso está sob segredo de justiça, o que impossibilitou obter os detalhes da nova versão que tem analisado o crime para descobrir qual a motivação que provocou essa fatalidade familiar.
Na primeira versão, Ana Gonçalves e Carina Ramos negaram a participação no crime e segundo informações, elas teriam dito que a causa da morte teria sido uma dívida de R$ 200 mil que a família tinha com um agiota.
Os depoimentos das indiciadas deram início na noite de sexta-feira (31), mas ainda não foram concluídos.
O crime
Romuyuki Gonçalves, 43 anos, era comerciante na região do ABC paulista e era casado com Flaviana, 40 anos, com quem tinha dois filhos, Ana Gonçalves (suspeita, 24 anos) e Juan, 15 anos. Segundo as investigações da polícia as vítimas teriam sido mortas a pauladas antes de terem os corpos carbonizados no porta-malas do Jeep Compass, da família.
O carro foi encontrado numa estrada de terra na região de São Bernardo do Campo
De acordo com a polícia há um 3º suspeito de ter participado e que no momento está foragido. Segundo testemunhas é um homem de 1,90m.
Posição dos familiares
Na tarde de sexta-feira (31), Ana Flávia ficou frente a frente com a avó, Vera Guimarães, 57 anos.
Segundo Vera, sua neta negou a participação no crime, porém de forma exaltada e bebendo muita água enquanto conversava com o delegado.
Para o tio, Flávio Menezes, a motivação do crime não pode ter sido o fato do Relacionamento homossexual que o cunhado Romuyuki não gostava, mas aceitava. Também, ressaltou que o cunhado não tinha dívidas com agiota, visto que o casal socorria a família financeiramente quando algum precisava.
Para Flávio o crime foi cruel e macabro destacando que a família não merecia isso.
Até o momento o advogado de defesa, Lucas Domingos, tem apenas a tese de inocência, visto que ambas afirmam sua inocência. Domingos destacou irá se reunir com mais dois advogados para avaliar o inquérito policial para melhor articular a defesa de Ana Gonçalves e Carina Ramos que estão presas temporariamente.