Brigitte Collet, de 62 anos, chegou a Brasília para assumir o posto de embaixadora da França no Brasil. Nomeada pelo decreto de abril de 2020, a embaixadora assumiu as funções em 26 de maio deste ano, apresentando suas credenciais a Jair Bolsonaro em 18 de junho.
A chegada de Brigitte ao Brasil promete após certa tensão entre os países no ano de 2019, quando Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes insultaram a primeira-dama francesa, Brigitte Macron, durante uma crise entre os presidentes, causada por críticas ao Governo brasileiro pelas queimadas na Floresta Amazônica.
A tensão entre Bolsonaro e Emmanuel Macron teve início quando o presidente francês decidiu levar ao G7 as preocupações com as queimadas na Amazônia, e afirmou que Bolsonaro havia mentido sobre as medidas de seu governo na preservação ambiental durante reunião com G20.
Em relação aos comentários sobre sua esposa, Macron rebateu dizendo que sentia muito pelo Brasil e desejava que o país tivesse um presidente de verdade.
Brigitte Collet
Defensora dos direitos humanos e participante ativa em debates sobre a luta feminista, a diplomata francesa é o oposto do que prega a ideologia conservadora bolsonarista e promete ser uma pedra no sapato de Ernesto Araújo, atual Ministro das Relações Exteriores do Brasil.
A francesa ocupa a embaixada em Brasília após realizar um brilhante trabalho como negociadora do país europeu nas Nações Unidas, realizando diversos acordos referentes a mudanças climáticas, além de possuir vasta experiência em diversas áreas.
Currículo
Com um curriculum invejável, a nova embaixadora no Brasil é especialista em direito internacional e administração pública, formada na Escola Nacional de Administração (1986-1988).
Brigitte iniciou sua carreira na embaixada da França no Marrocos como chefe de Serviço de Informação e Imprensa. Em seguida a embaixadora exerceu o cargo de redatora em direitos humanos nas Nações Unidas e organizações internacionais.
Em 1994 trabalhou na embaixada dos Estados Unidos, encarregada de assuntos referentes à África e às Américas, e logo em seguida foi diretora do gabinete do Secretário Geral da Organização para a segurança e cooperação em Viena.
A embaixadora também foi Subdiretora de Direitos Humanos e conselheira jurídica da França junto à ONU.
Pelas declarações do presidente francês, Brigitte chega ao Brasil com a missão de monitorar as ações do presidente Jair Bolsonaro e de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, durante a pandemia do novo coronavírus.
O ministro do Meio Ambiente realizou algumas declarações polêmicas a respeito das regras que foram criadas para proteção da biodiversidade, sugerindo "passar a boiada" sobre as leis, inclusive na Amazônia.
Brigitte Collet vem agindo com total descrição até o momento, tentando amenizar o clima criado entre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o presidente francês Emmanuel Macron.
Com as declarações do ministro do Meio Ambiente, Bolsonaro corre o risco de Macron vença a luta contra o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
As discussões sobre o livre comércio entre o Mercosul e países europeus foram adiadas pelo chefe de governo francês por questões ambientais. Macron justificou sua oposição por acreditar que a França não deve assinar contratos com países que descumprem o acordo contra a mudança climática.