Neste domingo (19), o presidente Jair Bolsonaro realizou mais uma propaganda à cloroquina no combate do coronavírus. Sem comprovação científica, com pedido de retirada dos tratamentos pela SBI e com teste positivo para a doença, Bolsonaro insiste em promover o uso da medicação.

Durante um encontro com seus apoiadores, Jair Bolsonaro ergueu uma caixa da medicação em frente ao Palácio da Alvorada, onde se aglomeravam seus seguidores.

Reação

Repetindo o novo discurso recentemente adotado por ele, voltou a falar que a história mostrará a verdade e quem são os verdadeiros responsáveis pelas mortes durante a pandemia.

O vídeo foi divulgado nas redes sociais do Governo, onde o gesto, comparado pelo colunista do UOL Leonardo Sakamoto a apresentação de Simba no filme "O Rei Leão", foi aplaudido e exaltado com gritos de "cloroquina, cloroquina".

Propaganda

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro insiste na medicação, apesar de todas as manifestações contrárias por parte dos mais importantes órgãos de saúde.

Após o resultado positivo para covid-19, Jair Bolsonaro intensificou a propaganda durante o anúncio oficial do diagnóstico no dia 7 de julho. O presidente repetiu nada mais nada menos que 17 vezes o nome da medicação.

Em meio a diversas polêmicas sobre a medicação, Jair Bolsonaro causa confusão ao tentar justificar o uso em combate a covid-19.

Descontente com a proibição do medicamento em alguns estados brasileiros, ele alegou na quinta-feira (16) que a droga não tem comprovação científica de que seja eficaz contra o vírus. "Mas também não tem comprovação científica de que não seja. Nem que tem, nem que não tem", destacou o presidente.

Pandemia

Em meio à pandemia, a cloroquina se torna uma espécie de salvação ao governo, afinal a eficácia da medicação jogaria por terra a luta incansável para que se respeite a quarentena, assim como as normas de segurança e isolamento social no Brasil.

É como se tudo que o mundo está passando durante o novo coronavírus fosse inútil, se temos a salvadora da pátria, cloroquina.

Bolsonaro defende a medicação com tanto fervor que, para ele, com ou sem testes, a medicação terá eficácia comprovada mais cedo ou mais tarde.

O questionamento feito constantemente por Bolsonaro "quantas mortes poderiam ter sido evitadas?" trata a medicação como solução absoluta para a pandemia.

Ele praticamente afirma que uma medicação que ele mesmo concorda que não tem comprovação científica teria salvado vidas, tornando todo o discurso cada vez mais confuso.

Essas atitudes do presidente acabam gerando uma ideologia por parte de seus seguidores, onde os profissionais de saúde, a mídia e oposição estão contra as vidas, em uma atitude conspiratória contra Bolsonaro.

Porém, entre todas as consequências causadas por essa propagação de cura, a mais dura delas é ver o presidente de uma nação desmoralizando e botando em xeque o conhecimento, experiência e anos de estudos da comunidade científica mundial.