Jean Pyerre é um talento nato. Um camisa 10 clássico, por assim dizer. A dinâmica proporcionada pelo ótimo meia oriundo das categorias de base do Grêmio encanta quem é apaixonado pelo bom Futebol. O ótimo passe, a boa visão de jogo e a capacidade de "carimbar" as jogadas tornou Jean Pyerre um dos nomes mais comentados em certa parte da tumultuada temporada de 2020.
Contudo, ao mesmo tempo em que era exaltado, as críticas por sua queda também foram grandes.
Depois de uma sequência de ótimos jogos, a conquista da tão sonhada camisa 10, a titularidade indiscutível e o papel de protagonista, Jean parece ter declinado e não consegue reencontrar o futebol que encantou o país por algumas semanas.
Jovem, talentoso e com classe de sobra
Desde que apareceu entre os profissionais pela primeira vez, em 2017, quando jogou algumas partidas saindo do banco de reservas, Jean Pyerre mostrava um toque refinado na bola e uma excelente capacidade nas faltas. Em 2019 chegou a bancar o Rei da América e ídolo da torcida, Luan, que vinha em baixa e viria a deixar a Arena no ano seguinte.
No entanto, mesmo em uma ascensão que parecia tão natural e bem trilhada, Jean Pyerre tropeçava. A inconsistência do primeiro ano como titular seria algo normal. Afinal, era apenas um jovem oriundo das categorias de base que assumia o protagonismo da referência técnica do time à época.
Uma lesão no mês de setembro, porém, seria o incômodo do início de carreira do meia talentoso que o Grêmio desabrochava para o Brasil. De fora dos confrontos contra o Flamengo pela Libertadores em 2019, Jean Pyerre se viu com um problema mais grave do que se acredita na região do músculo femoral.
Voltaria quase 6 meses depois, ainda precisando retomar o preparo físico, mesmo que a pandemia atrapalhasse um retorno que precisaria ser devagar e constante.
As dificuldades físicas se acumulavam, o futebol parado não ajudava e a ascensão de Jean Pyerre atrasava.
Grêmio concede a camisa 10 a Jean Pyerre
Em sua volta e com sequência, Jean Pyerre se destacava, mostrava toda sua qualidade e se consolidava, aparentemente, como um dos grandes meias do Brasil. Ganhou, inclusive, a tão sonhada camisa 10, que almejava desde que subiu para os profissionais do clube que o revelou.
No entanto, com o passar do tempo após sua volta, uma nova lesão acometeu o jogador e pôs em cheque a sua participação no decisivo jogo da volta pela Libertadores da América, válido pelas quartas de final, na Vila Belmiro, diante do Santos. O jogo terminaria 4 a 1 para o Santos, com Jean Pyerre como um antagonista.
Afinal, foi dele a bola perdida no primeiro gol do Santos, encontrado antes do primeiro minuto de jogo.
Ali, o time do Grêmio se perdia, e perdia consigo Jean Pyerre, que não voltou, desde o confronto da Vila Belmiro, a ser o mesmo. Sob expectativas altas, ainda se espera, internamente nas arquibancadas, que o jogador mostre a sua classe, sua qualidade e todo o potencial de craque que certamente possui.