Muitos internautas começaram a estranhar uma possível aliança entre o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por terem um passado de oposição política. Alckmin teria uma visão de centro-direita, voltada à social-democracia, e Lula, mais à esquerda, voltada para um trabalhismo socialista. Muito embora vários especialistas dizem que o Partido dos Trabalhadores (PT) mudou bastante o discurso para alcançar classes maiores e que, na verdade, elegem no país, uma coalisão de forças, portanto, não estaria descartada.
Um almoço que vai acontecer neste próximo domingo (19) –sem o presidente Jair Bolsonaro (PL), Sergio Moro (Podemos) e João Doria (PSDB)– deve selar essa aliança entre os dois. Alckmin –depois de ter deixado o PSDB– pode se filiar ao PSD, do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, e dar um outro rumo ao cenário político de 2022. Como o próprio Kassab disse em entrevista à Folha, Lula está buscando apoio do centro e esse centro elege presidentes, governadores e prefeitos, porque não tem ideologia política (direita ou esquerda).
O cenário político –que nas redes sociais está polarizado– tem mostrado bastante variedade, embora alguns candidatos possam desistir no meio do caminho, como o caso do candidato do PDT (Partido Democrático Trabalhista) Ciro Gomes, que junto com seu irmão, Cid Gomes, foram alvo de operações da Polícia Federal.
Segundo uma matéria da revista Veja, Ciro não foi convidado para o jantar porque a esquerda disse que o pedetista se distanciou das questões progressistas. Contudo, depois da operação da Polícia Federal, pode-se abrir brecha para um possível convite.
As críticas de Lula dirigidas a Alckmin
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, embora o ex-presidente tenha dito que tinha uma boa relação com Alckmin, há muitas críticas dirigidas a ele no passado.
Por exemplo, no ano de 2006, quando Lula disputou o segundo turno para presidente contra o ex-governador, o petista (então presidente) disse que Alckmin era um “especialista” na destruição do estado de São Paulo. Segundo Lula, na ocasião, não era uma disputa entre dois partidos, mas era dois projetos em questão. Nisso, segundo Lula, o projeto de Alckmin visava o desmonte.
Segundo o Estadão, Lula fez a descrição da candidatura de Alckmin como um cidadão que iria conseguir destruir um prédio em 30 segundos. Já em 2010, Lula comemorou que Alckmin não pode participar das eleições e disse que antes candidatos da esquerda ou centro-esquerda do que “os trogloditas da direita”. O político petista reiterou que o nível de campanha tinha melhorado a partir de 1994, logo depois da disputa contra o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No lado do ex-governador não é diferente. Segundo o Estadão, em 2016, no lançamento da candidatura de João Doria (PSDB) à prefeitura de São Paulo, Alckmin escolheu o partido do Lula como alvo do seu discurso. Ele disse, na ocasião, que os 13 anos do governo “lulopetista” levaram o Brasil a ser “saqueado”.