"Thor: Amor e Trovão" é o quarto filme solo do personagem da Marvel interpretado pelo ator Chris Hemsworth. O filme estreou com expectativas mistas nos cinemas, onde muitos esperavam o humor com ação de "Thor: Ragnarok" (2017), e outros algo mais "lacrativo", por termos a Poderosa Thor, interpretada pela Natalie Portman, além, é claro, de uma passagem de bastão de deuses do trovão.

No geral, ficou no meio-termo. Essa bagunça desagradou críticos e público, que até lotou os cinemas na estreia, só que nesta segunda semana em cartaz nos EUA (termômetro de bilheteria), segundo o site BoxOffice, o longa caiu 68% em renda, com uma arrecadação de US$ 46 milhões por lá.

Essa foi a maior queda da história do MCU, e umas das maiores do gênero super-herói, perdendo apenas para "Batman vs Superman" (2016). Alguns motivos levaram a essa flopada que o filme está começando a ter.

Totalmente fora de tom

O filme começa escrachado, depois na entrada da Poderosa Thor começa a envolver coisas mais pesadas como a doença terminal da personagem, em seguida solta uma piadinha sem sentido e fica nessas situações com cenas duras e piadas, não tendo um desenvolvimento nem para um lado, nem para o outro.

Desperdício de vilão

Todos esperavam um Gorr (Christian Bale) superior aos vilões anteriores (Loki, Elfos Negros e Hela), mas apesar da imponência, o personagem aparece pouco e ficou mal aproveitado, encerrando sua participação de forma muito amena –aliás, você nem o considera tão mal assim depois da cena inicial.

Desfez muito rápido dos Guardiões da Galáxia

Esperava-se pelo menos um terço do Thor com a equipe de Guardiões da Galáxia, mas a parceria na história não durou quinze minutos. E esse breve espaço de tempo foi a parte mais bem humorada com sentido da história. Se prolongasse pelo menos até uma meia hora de filme, traria mais simpatia à trama, diminuindo cenas desnecessárias mais a frente.

O humor saudável entre os personagens abriria um leque maior de situações e desenvolvimento, além de uma química que não vimos no quarteto do longa formado por Thor, Valquíria, Korg e Jane Foster.

Taika Waititi perdeu a mão no humor

Se em "Thor: Ragnarok" o diretor conseguiu a mescla do humor pastelão com ação, em "Thor: Amor e Trovão" parecem esquetes mal resolvidas, situações bobas que não acrescentam em nada, como a relação de ciúmes do machado do Thor (Rompe Tormentas) em relação ao martelo (Mjolnir), beirando o patético.

Fora isso, o final é horroroso, anticlímax para um filme de ação.

Um Russell Crowe que não merecíamos

O grande ator que um dia foi o protagonista de "Gladiador" (2000) interpretou o imponente Zeus, mas que na verdade parecia um aposentado excêntrico, totalmente descaracterizado em uma parte do filme que poderia nem ter existido, pois não faria falta. O roteiro tenta consertar na cena pós-crédito, mais como um fan-service, mas isso piorou, pois entregou um personagem com uma personalidade que não existiu no filme.

Boca a boca é tudo, amigo

Hoje em dia o que é bom ou ruim se espalha rápido pelas redes sociais. Assim como "Top Gun: Maverick" caiu na boca do povo de forma positiva, "Thor: Amor e Trovão" está fazendo o caminho inverso.

As redes sociais não perdoam, e críticos também, o que causa uma propaganda ruim, a ponto de ter sido a maior queda de um filme Marvel Studios até hoje –e olha que já tivemos produções fracas (os primeiros Thor, além de Hulk, Viúva Negra, Eternos...). Com US$ 500 milhões de arrecadação mundial, não será fácil alcançar a marca de um bilhão de dólares –nem "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (2022) conseguiu. A Disney vai precisar melhorar a divulgação, mas nada aponta para uma melhora, e sim, piora considerável de bilheteria.