Estreou nos cinemas brasileiros “Thor: Amor e Trovão” (Thor: Love and Thunder), o aguardado quarto volume da saga de Thor, um dos personagens mais queridos do MCU (Marvel Cinematic Universe), ou seja, o Universo Cinematográfico Marvel. O longa de 1 hora e 59 minutos tem direção e roteiro de Taika Waititi. O neozelandês está de volta depois de dirigir o ótimo “Thor: Ragnarok” (2017).

A trama

Nesta nova aventura, Thor Odinson terá que enfrentar um novo inimigo chamado Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale), um ser de extremo poder que tem como objetivo matar todos os deuses que cruzarem seu caminho.

Gorr fez esse juramento após ter sido abandonado pelo deus que traiu sua devoção, o que custou ao personagem vivido pelo eterno Batman/Bruce Wayne a perda da filha. Para concretizar seu desejo, o vilão faz uso da Necro-Espada, uma arma capaz de causar terror até mesmo em Zeus (Russell Crowe).

Humor

Não é novidade para ninguém que a Marvel tem como característica dos seus filmes de super-heróis um tom mais alegre, cheio de piadas, justamente o contrário da rival Warner/ DC, que prefere um tom mais sombrio. Nessa disputa de gigantes, a Marvel quase sempre leva a melhor, por outro lado, nem todos gostam do tom mais leve da Marvel Studios.

Algumas produções conseguem ter êxito neste caminho mais descompromissado, como "Guardiões da Galáxia" (2014) e “Homem Formiga” (2015), porém o excesso de piadas prejudicou as sequências dessas duas produções.

A fórmula não funcionou também em "Shang-Chi" e a "Lenda dos Dez Anéis" (2021).

Fórmula

Depois do respeito adquirido na direção do capítulo anterior da saga do irmão de Loki (Tom Hiddleston), Waititi continuou apostando em um tom mais divertido para a nova aventura do deus do trovão. Não se pode acusar o diretor de ser apenas um diretor que irá atender as exigências do estúdio para produzir mais um blockbuster, pois o humor é uma das características das obras do cineasta.

Então o que Waititi fez foi dar continuidade ao caminho já traçado para o integrante dos Vingadores em “Thor: Ragnarok”. Estão presentes no novo filme as piadas constantes e a velha turma está de volta, os amigos e companheiros de batalha de Thor, Korg (Taika Waititi) e “Rei” Valquíria (Tessa Thompson).

Também é mostrada uma breve aparição dos "Guardiões da Galáxia", uma pena que a presença do grupo não tenha sido maior no filme, porém, isto é só um detalhe.

Quem também aparece de forma breve no filme é Lady Sif (Jamie Alexander).

Mas o que provavelmente o público deve estar curioso para ver é volta da atriz Natalie Portman, que além de voltar à personagem Jane Forster, o grande amor da vida de Thor, também será vista como A Poderosa Thor, e será vista empunhando o martelo mágico Mijölnir, a poderosa arma de Thor que foi despedaçada por Hela em “Ragnarok”.

O filme segue o padrão Marvel de qualidade, com efeitos visuais impecáveis e uma escolha estética por um clima de ficção científica/fantasia, além de uma trilha sonora oitentista. O filme tenta aliar ao humor temas mais sérios como discutir sobre paternidade, religião, devoção, amor, porém todas essas tentativas de dar maior profundidade à trama se perde em meio a tantas situações cômicas.

O problema é que a produção parece ter optado por um caminho de não se levar a sério, porém essa intenção é deixada de lado nos momentos finais em que é revelada a razão do título do filme, uma pena o filme ter abordado de forma tão superficial temas tão interessantes como paternidade, amor e gênero, ainda mais com atores tão talentosos quanto Christian Bale e Natalie Portman. Em seu primeiro final extra, o filme adquire um tom mais sério e parece que o diretor faz uma crítica à hegemonia dos filmes de super-heróis na atualidade. Já no outro final extra, a trama parece fazer uma homenagem aos personagens que passaram pela vida do asgardiano, ao mesmo tempo em que parece querer dar um final digno para uma querida personagem da trama.