A maior parte das teorias de aprendizagem, ensinadas nos cursos de formação de professores, ainda mostra o resultado dos trabalhos obtidos em ambientes educacionais, nos quais a tecnologia da informação não era utilizada. Ainda que muitos de seus dogmas tenham validade, é inegável que o enriquecimento dos ambientes educacionais com a tecnologia altera e, dependendo do ambiente, de forma significativa, a ação e prática dos principais agentes: professores e alunos.

Depois da tecnologia e antes da geração digital

Adaptações foram tentadas, mas sempre o setor educacional se mostrou resistente em adotar os novos comportamentos sugeridos.

Nos dias atuais, as metodologias da aprendizagem, baseada em problemas da utilização de salas de aula invertida, da aprendizagem desenvolvida de forma colaborativa e da aprendizagem independente, são combatidas. Elas não chegam a compor uma teoria de aprendizagem. São mais ideias pedagógicas que são utilizadas para melhorar o relacionamento entre professores e alunos e buscar motivar e garantir a permanência do aluno.

Depois da geração digital

A chegada da geração digital tratadas por Prensky (2001) e Mattar (2010) com características totalmente diferenciadas em relação às gerações que as antecederam, passa a exigir que novas formas de relacionamento, não previstas nas teorias de aprendizagem tradicionais (behaviorismo, construtivismo e cognitivismo).

Com o advento das redes sociais e o elevado volume de interação presente na grande rede, um grupo de pesquisadores propõe uma nova teoria de aprendizagem, ainda combativa, mas com um número de adeptos crescentes e ainda em fase de maturação: o conectivismo.

Um novo ambiente de aprendizagem

Siemens (2001), seguido por Downes (2010), trabalham uma nova teoria voltada especificamente para a geração digital.

Ela não se opõe a nenhuma das teorias existentes, mas coloca a sua visão de um suporte teórico mais consistente com os desejos e características dessa nova geração. Os autores pontuam um novo ambiente no qual são desenvolvidas as atividades de ensino e aprendizagem conhecido como AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem ou, como em seu original, VLE - Virtual Learning Environments.

Nestes ambientes os autores consideram que a tecnologia reorganizou o modo como as pessoas ensinam e aprendem, com destaque para a aprendizagem informal, desenvolvida nas comunidades de prática, nas redes pessoais e atividades mais diretamente relacionadas com o trabalho, que transformam a aprendizagem tradicional em uma aprendizagem com maior significado para a vida pessoal ou profissional do aluno.

Uma nova teoria em destaque

A partir desta constatação, os autores citados consideram que uma teoria mais consistente apresenta um modelo que reconhece que a aprendizagem não é mais uma atividade interna e individual e que pode ocorrer fora do indivíduo, sendo a grande rede um agente cognitivo que leva a extrapolar limitações individuais.

Os autores aprofundam o conceito e suscitam discussões quando consideram que a aprendizagem ocorre em comunidades, em redes sociais, resultantes de um extensivo processo de interação entre os participantes. Esta é uma ideia que precisa ser discutida na comunidade e que pode trazer ajustes em teorias tradicionais, adequando-as a novos ambientes de aprendizagem.