A modelo e atriz Luiza Brunet revelou, em entrevista ao jornalista Ancelmo Gois do jornal O Globo, o motivo do fim de seu relacionamento com o empresário gaúcho Lírio Albino Parisotto: violência.
No dia 21 de maio, Luíza acompanhava o então companheiro no evento "O Homem do Ano", em Nova York. O casal mantinha um relacionamento estável há cinco anos. De acordo com o relato de Luiza, as agressões começaram no restaurante onde jantavam com amigos, onde o empresário começou a ficar descontrolado, dizendo que não compareceria a uma exposição junto com ela para não ser confundido com seu ex-marido.
Ao chegarem no apartamentodo empresário, elecomeçou a ofendê-lae depois partiu para a agressão física desferindo um soco no olho de Luiza, a seguir chutes, até imobilizá-la e fraturar quatro costelas. Luiza então conseguiu se trancar no quarto e lá ficou até o dia seguinte, quando teve a certeza de que ele havia saído. No mesmo dia, a atriz voltou para o Brasil e fez laudo de corpo de delito no IML, registrando a queixa no Ministério Público de São Paulo.
Quem é Lírio Parisotto
Dono de um patrimônio de 1,1 bilhão de dólares, o empresário gaúcho ocupa a trigésima posição na lista da revista Forbes do Brasil. Investidor da bolsa e proprietário da Videolar, Parisotto comprou a petroquímica Innova, da Petrobras, por R$ 870 milhões.
Associado ao paulista Carlos Sanchez, adquiriu as operações do Grupo RBS em Santa Catarina. O pacote inclui quatro jornais, duas rádios e uma emissora de TV, afiliada da Rede Globo. O valor do negócio não foi divulgado oficialmente, mas estima-se entre 700 milhões e um bilhão de reais.
A importância da denúncia
Segundo as estatísticas, a cada sete minutos ocorre um caso de violência contra a mulher no Brasil.
A Lei Maria da Penha, criada para coibir a agressão contra a mulher, está em vigor há dez anos e deve ser modificada visando ampliar a proteção. Atualmente as medidas protetivas precisam ser concedidas por um juiz e o prazo é de 48 horas, o que pode ser fatal. Com a modificação que está sendo proposta, estas medidas poderão ser determinadas pelo delegado em caráter de urgência, segundo informações da diretora da Divisão de Polícia e Atendimento à Mulher do Rio de Janeiro Márcia Noeli.
Nas palavras de Luiz Brunet, a exposição de um caso pessoal de violência é doloroso: "Eu criei coragem, perdi o medo e a vergonha, por causa da situação que nós, mulheres, vivemos no Brasil".