A proclamação feita por cientistas muçulmanos da Arábia Saudita parece assustadora do ponto de vista ocidental, no entanto, as mulheres do Oriente Médio comemoraram. Segundo Jane Austen, que é porta-voz da Libertação Rede de Ação das Mulheres, foi um "grande salto para a frente" no que diz respeito aos direitos das mulheres naquele país.
Por pior que possa parecer, Austen tem razão. Até esta declaração, as mulheres naquela região eram consideradas um objeto, como um aparelho que fazia parte da casa. Com o "status" de mamífero, elas passam a ser equiparadas a camelos, dromedários e cabras por exemplo, o que tem muito mais valor do que um simples utensílio.
Jilian Birch, da Anistia Internacional, declarou que o veredicto mostra o "incrível progresso" do movimento pelos direitos das mulheres nos últimos 50 anos: "A Mulher ainda está longe de ser considerada 100% humana, mas sua condição vai melhorar drasticamente com esta decisão". Apesar do fato ter respaldo científico, não tem o apoio dos religiosos e autoridades que comandam a política local.
Antony Bocchstein, analista político especialista em questões do Oriente Médio, explica que a mudança implica em necessidades, ou seja, se antes as mulheres eram consideradas objetos, propriedade, que poderiam ser compradas como uma mesa ou uma cadeira, agora passam a ter direito ao respeito, à atenção e ao "abastecimento", o que poderia ser traduzido como abrigo e alimentação, assim como outras espécies de seres vivos.
Para ele, o anúncio polêmico "poderá causar uma turbulência significativa no estado atual de negócios e do sistema judiciário da Arábia Saudita".
O painel de especialistas que causou tanta polêmica, esclareceu que o fato se deve à observação de que a mulher tem demonstrado possuir algumas qualidades que se equiparam a outros mamíferos, como procriar e amamentar, além de ter sete vértebras cervicais, característica única da espécie dos mamíferos.
Outras habilidades como pensar e falar, por exemplo, não foram mencionadas.
A desigualdade entre os sexos continua presente na maior parte do planeta, mas a luta pela igualdade, dependendo de que lado da Terra a pessoa se encontra, continua sendo um abismo.