Falecido em 29 de julho de 1994, aos 53 anos, no hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, devido a complicações de um transplante de coração feito 17 dias antes, o humorista apaixonado por samba e pela Mangueira segue no imaginário popular (na internet e em DVDs também) com suas piadas e atuações. Escolhido por muitos como o mais engraçado Trapalhão, Antônio Carlos Bernardes Gomes fez parte da infância de milhares de brasileiros e até os dias de hoje é reconhecido pelo seu trabalho, recebendo diversas homenagens, seja na TV ou nas redes sociais, de seus inúmeros fãs.

Mas o que o público em geral não sabe é que o Mussum nem sempre foi humorista e que relutou bastante em sê-lo. Veja a seguir cinco curiosidades sobre o mito Mussum que poucas pessoas conhecem:

1. Gostava mesmo é de cerveja

Quem pensa que Mussum era fã de cachaça, de “mé”, está enganado. “Suco de cevadis é leite divinis” para o personagem e para Antônio Carlos também. Ele gostava mesmo era de cerveja. Não à toa, um de seus filhos, Sandro Gomes, 37 anos, lançou, há alguns anos, a cerveja Biritis e abriu uma cervejaria em homenagem ao pai. “Meu pai era amante da cerveja. O personagem dele era muito ligado ao "mé", que ele também tomava, mas ele gostava mesmo era de cerveja. Ele era um grande apreciador”.

2. Músico, foi líder e um dos fundadores dos Originais do Samba

Mussum cantava, tocava reco-reco e era o líder do grupo Os Sete Modernos do Samba, fundado nos anos 1960 e posteriormente rebatizado de Os Originais do Samba. Com os companheiros gravou 12 discos e fez sucesso com faixas como Vou me Pirulitar, Do Lado Direito da Rua Direita e Falador Passa Mal.

O conjunto realizou turnês internacionais, apresentou-se no tradicional teatro Olympia, em Paris, e acompanhou Elis Regina e Jair Rodrigues. Mussum só saiu da banda já no final da década de 1970, passando a se dedicar somente aos Trapalhões, mas nunca abandonou a música, lançando álbuns solo e compondo com João Nogueira e Jorge Aragão, entre outros.

3. Grande Otelo deu o apelido de Mussum

O apelido Mussum nasceu durante uma apresentação de Antônio Carlos Bernardes com seu grupo Originais do Samba durante um programa de TV. Quem deu o apelido foi ninguém menos do que Grande Otelo – ator, cantor e comediante. Antônio Carlos estava sempre barbeado e com a cabeça raspada e, por isso, recebeu o apelido de “mussum”, um peixe escuro, sem escamas e bastante escorregadio.

4. Foi um dos primeiros negros a ter destaque na TV brasileira

Estrela nos Trapalhões e destaque de muitos esquetes do grupo, ele foi um dos primeiros negros a brilhar no horário nobre da Televisão brasileira. No cinema e na TV, fazia graça a respeito, com uma naturalidade única.

Em um quadro no qual interpretou o rei da França pré-Revolução, por exemplo, Mussum escuta Zacarias dizer que a situação está "preta" e responde de bate-pronto: "Eu não estou me referindo a mimzis!". Era em um programa algumas vezes tachado de racista e preconceituoso que o comediante ganhava admiradores e abria portas com seu talento.

5. Fez parte da escolinha antes de integrar Os Trapalhões

Mussum começou a carreira de humorista com algumas participações na "Escolinha do Professor Raimundo". Foi Chico Anysio quem o aconselhou a começar a falar com "is" no final das palavras (por exemplo, "tranquilis" e "problemis"). Foi nessa época que foi convidado pelo amigo Dedé Santana a integrar Os Trapalhões, programa humorístico de TV em que trabalhou até 1994, ano de sua morte.