Atualmente, tem-se visto muitos casos de preconceito e discriminação racial, religiosa e por homofobia. No entanto parece que a sociedade começou a compreender melhor o conceito de liberdade, aceitando o direito das pessoas supostamente serem felizes da maneira delas.

Entretanto, quando muitos LGBTs se sentem sufocados de levar uma vida dupla e decidem fazer uma revelação bombástica, assumindo a homossexualidade para a família, geralmente em muitas das vezes acabam sendo expulsos de dentro casa.

Foi com essa preocupação que Manvendra Singh Gohil, 52 anos de idade, famoso príncipe da Índia, resolveu abrir as portas do palácio dele para a comunidade LGBT carente, de modo que mandou construir um abrigo numa área total de 61 mil m², para que sirva de moradia para quem resolver ‘sair do armário’ e for expulso de casa, tenha onde morar.

Gohil disse que teve que enfrentar esse tipo de situação com sua família. Quando no ano de 1991, se casou com a princesa Chandrika Kumari, porém se divorciou em 1992. O príncipe só veio assumir publicamente a homossexualidade em 2006 e, devido ser membro da família real do antigo estado principesco Rajpipla, recebeu durar críticas.

Ná época, diversas pessoas queimaram as fotografias do príncipe pelas ruas do reino e a família tomou a decisão de deserdá-lo, porém sem êxito. Mesmo após ter sido desprezado pelos próprios pais, Gohil tomou coragem de transformar o palácio de Hanumanteshwar, situado a 15 km de Rajpipla, em um local para apoiar os transexuais desamparados.

Na Índia, ser LGBT é crime

O Código Penal indiano preconiza que as relações homoafetivas são consideradas crimes. O artigo 377 estabelece o sexo entre mulheres ou entre homens como “contra a ordem natural”. Essa definição foi inserida no Código desde quando o país da Índia era controlado pelo Reino Unido. A partir de 1947, o território indiano passou a ser independente e essa lei jamais foi revisada.

Gohil diz ser lamentável essa proibição, pois nem no Reino Unido, atualmente é mais considerado crime.

O príncipe aponta que a culpada de tudo isso é a falta de informação. E segundo ele, os gays no abrigo, são informados a respeito de como se prevenir contra o HIV/Aids. Isto, além de receber atendimento médico, aprender o idioma inglês e também ganhar capacitação profissional para abrir as portas de emprego.

O objetivo é proporcionar que essas pessoas alcancem a independência financeira.

A Lakshya Trust é uma organização que tem lutado para acabar com a intolerância sexual, e também apoia o projeto.

Príncipe já desfilou na marcha LGBQ em São Paulo

No ano de 2009, o príncipe Gohil veio no Brasil e participou da parada gay, na ocasião ele até desfilou na Parada LGBT de São Paulo.

Numa entrevista que concedeu ao jornal Folha de S. Paulo naquela época, disse que não tem namorado e também que tinha feito um compromisso de não ficar com ninguém aqui até que o país dele acabe com a descriminalização da homossexualidade