Nessa terça-feira (16), estreou na Netflix a produção "O Monstro do Monstro de Frankenstein" (Frankenstein's Monster's Monster, Frankenstein).

Falso documentário

A obra trata-se de um mocumentário –esta é a forma abrasileirada da palavra em inglês "mocumentary", que é a fusão da palavra "mock" (zombar) e a palavra "documentary" (documentário), que nada mais é do que um falso documentário, que procura passar a ideia de que os eventos narrados na obra sejam verídicos, com um tom de comédia.

A produção tem apenas 32 minutos de duração e tem direção de Daniel Gray Longino e tem como principal destaque a presença do ator David Harbour, que está ganhando muito destaque atualmente por causa de sua participação na famosa série, também da Netflix, "Stranger Things", em que ele interpreta o xerife Jim Hopper.

Embora a trama não seja de difícil entendimento, por vezes ela se torna tão confusa quanto seu estranho título, principalmente em seu desfecho.

A trama

David Harbour interpreta uma versão fictícia de si mesmo no filme, segundo o qual ele faz parte de uma longa linhagem de atores consagrados.

Após descobrir imagens perdidas de uma tentativa fracassada de seu pai de levar ao ar uma espécie de peça de teatro televisionada, David Harbour III decide fazer um documentário sobre a vida de seu falecido pai, David Harbour Jr.

Ele então faz entrevistas com figuras que conheceram seu pai, numa tentativa de entender um pouco mais sobre ele. Porém, ao longo do processo ele irá descobrir coisas desagradáveis sobre a personalidade do pai.

Apesar de ser um ator consagrado, David Harbour Jr. estava em um momento de decadência em sua carreira, e além disso era arrogante e egocêntrico.

Então ao longo dos 32 minutos da obra, seu filho vai ficando cada vez mais atônito com as várias provas do caráter duvidoso do pai. O filme ainda levanta indícios de que o falecido ator teria cometido um crime seríssimo.

O intérprete do xerife Hopper dá vida a ambos os personagens, uma versão dele próprio na vida real e também de seu pretenso pai, David Harbour Jr.

O filme não segue uma narrativa linear. Passado e presente se alternam o tempo todo na obra. As cenas no passado são ambientadas, na maior parte do tempo, no programa que faz uma releitura da história do monstro de Frankstein.

Os momentos mais divertidos da trama estão na obra encenada por David Harbour Jr., em que há o uso da metalinguagem, com os atores fazendo interpretações, propositadamente bizarras, com muitas caras e bocas.

O ator Alfred Molina, apesar de pouco aparecer, rouba a cena com suas falas estranhas e suas entradas em cena mais estranhas ainda.

Apesar de não ser uma obra excelente, o filme tem o mérito de não se levar a sério e ser uma obra interessante.