O ator Kaysar Dadour, que é radicado no Brasil, falou um pouco mais de sua experiência ao sair de sua terra natal para poder buscar um local com mais segurança para viver.

Ele escreveu o seu relato a respeito de sua experiência para a Acnur (Agência da ONU para Refugiados). O texto do ator foi divulgado nesta segunda-feira (2). Em seu emocionante depoimento, o ator começa falando da falta que ele sente de Alepo, cidade onde nasceu, e que sente falta até mesmo do cheiro da cidade e de sua escola.

O ator ainda ressaltou que sente muita falta dos sorrisos de seus amigos e de cada coisa que ele tinha em sua cidade natal.

Vinda do ex-BBB para o Brasil

Kaysar está morando no Brasil desde 2014, e chegou até mesmo a participar do programa “Big Brother Brasil”. Depois de deixar o programa, ele também fez parte de alguns programas de televisão, séries e novelas da emissora.

Aqui no Brasil foi que ele conseguiu realizar o seu sonho de trabalhar com dramaturgia, algo que ele vem colocando em prática desde que conseguiu destaque ao participar do reality show da Rede Globo. Atualmente, inclusive, ele faz parte de um quadro do programa “Domingão do Faustão”, o conhecido “Dança dos Famosos”, do qual está fazendo parte do elenco da competição.

Kaysar e o sentimento na guerra da Síria

Sobre a guerra em seu país, Kaysar conta que o momento “simplesmente chegou” e que ele não conseguia entender o motivo de aquilo tudo estar acontecendo em seu país.

Ele ainda destaca que todos ao seu redor acreditavam que o conflito que se iniciou no país seria algo temporário, que logo seria resolvido, e que não imaginavam que iria tomar as proporções que tomou e se tornar uma guerra.

O ator conta que chegou a pensar que em uma semana tudo que aconteceu iria parar e ser resolvido, mas que, neste momento, mesmo depois de 9 anos, não consegue sequer ver um sinal de paz para o país.

A Acnur dedica um espaço chamado “Diários do Refúgio” para refugiados de várias nacionalidades para que eles possam publicar em primeira pessoa seus relatos após a saída de seu país, bem como a sua trajetória. A agência atualmente trabalha em 134 países para poder auxiliar pessoas que precisaram deixar o seu país de origem devido aos conflitos, perseguições e até mesmo a respeito de graves violações dos direitos humanos.

A Síria atualmente vive as graves consequências de uma guerra que se iniciou em 2011, quando os protestos da população se tornaram um levante contra o governo de Bashar al-Assad. O governante sírio então resolveu usar de violência para tentar conter os protestantes e seus opositores, que são indicados como sendo "terroristas armados".