O outrora todo-poderoso produtor de Cinema Harvey Weinstein foi considerado culpado nesta segunda-feira (24), por abuso e agressão, porém ele foi absolvido de duas acusações de agressões predatórias. Estas acusações poderiam levar Weinstein à prisão perpétua. Ele foi considerado culpado em duas de cinco acusações.

As duas condenações podem levar o antigo proprietário da Miramax a ser punido com penas severas. A sentença por agressão em primeiro grau pode dar de 5 a 25 anos de prisão, enquanto o crime de violação em terceiro grau, a pena pode ser de liberdade condicional até quatro anos de encarceramento.

O empresário de 67 anos estava sendo acusado de cinco crimes ocorridos entre os anos de 2006 e 2013, entre os crimes estavam: agressão e violação em primeiro e terceiro graus, de acordo com os testemunhos de cerca de uma centena de mulheres, embora o caso esteja centralizado especialmente nas denúncias de duas vítimas. Weinstein foi detido em maio de 2018, ele insistiu na inocência, afirmando que todos os atos foram consentidos.

No dia 25 de maio de 2018, o produtor estadunidense se entregou às autoridades em Nova York, na ocasião ele estava sendo investigado por agressões e abuso. Ele saiu em liberdade no dia seguinte com pulseira eletrônica, após a entrega de seu passaporte e depois de pagar caução de um milhão de dólares.

Em dezembro de 2019, a fiança aumentou para cinco milhões de dólares.

O julgamento levou seis semanas e os jurados - duas mulheres e sete homens - levaram quatro dias para tomar a decisão depois de ouvirem seis mulheres que forneceram relatos de como Harvey Weinstein fez uso de sua influência e poder na indústria cinematográfica para coagi-las a ter relações não consentidas com ele.

Uma das condenações que o júri declarou Weinstein culpado foi a de ato sexual criminoso em primeiro grau por ter praticado sexo oral à força em Miriam Haley, a vítima foi uma ex-assistente de produção. A outra condenação foi por abuso de terceiro grau, a vítima foi a atriz Jessica Mann. As acusações da atriz foram cruciais para o caso.

Ela deu um forte testemunho sobre como Harvey Weinstein a forçou a fazer sexo oral e a abusou e a manipulou para que eles tivessem uma relação degradante.

'A culpa é das vítimas'

Os advogados do empresário tentaram convencer os jurados de que foram as mulheres que manipularam ele para subir na carreira e que os encontros sexuais que ele tinha com elas foram consensuais. A defesa de Weinstein também tentou desqualificar os relatos das vítimas, quando questionou as mulheres sobre suas memórias, escolhas de vida, a aparência delas e a escolha delas de não denunciarem a agressão à polícia.