O caso do menino Miguel que caiu do 9° andar de um prédio na cidade de Recife (PE) está ganhando mais um capítulo. Depois da mãe da criança, Mirtes Renata de Souza, conceder uma entrevista para a Rede Globo de Televisão, onde ela fala da decepção e falta de cuidado da patroa (Sari Corte Real) para com seu filho, o caso agora ganhou uma denúncia. Isso porque, a repórter Ciara Carvalho, do Jornal do Commercio, deu uma informação nesta sexta-feira (5) de que a mãe do menino morto foi contratada pelo prefeito da cidade de Tamandaré, Sérgio Hacker Corte Real (marido de Sari), para um cargo na prefeitura, em fevereiro de 2017.
A contratação de Mirtes
Mirtes Renata de Souza teve uma perda irreparável na última terça-feira (2), quando seu filho caiu do 9° andar de um prédio da cidade do Recife. Porém, nesta sexta-feira (5) apareceu a notícia de que ela foi contratada pelo marido da patroa no cargo de Gerente de Divisão CC6 (cargo comissionado), na prefeitura do município de Tamandaré, e ela foi lotada no setor de Manutenção das Atividades de Administração. O seu contrato teve início no dia primeiro de fevereiro de 2017 e até a presente data não houve qualquer documento comprovando que ela foi desligada do cargo em questão, segundo informações da jornalista Ciara Carvalho.
Informações sobre seu contrato
No portal da transparência do município de Tamandaré, Mirtes está incluída na folha de pagamento com um salário de R$ 1.517,57 que foi recebido até o mês de março deste ano.
A partir do mês de abril, ela teve o seu salário reduzido para R$ 1.093,62 (atual valor do salário mínimo em vigência). Essa redução no valor de R$ 500,00 é possivelmente devido a alguma ação de contenção de gasto devido à pandemia da nova doença.
Ao serem analisadas as especificações do seu contrato, foi observado que o seu cargo aparece com uma exigência semanal de zero horas e não foi exigido nenhum comprovante de grau de escolaridade podendo se tratar, possivelmente, de uma funcionária fantasma.
A prefeitura municipal de Tamandaré não se manifestou ao ser procurada pela imprensa. O órgão responsável pela fiscalização, o TCE-PE (Tribunal de Contas do estado de Pernambuco), se manifestou nesta sexta-feira (5) afirmando que irá fazer uma apuração das denúncias e abriu um processo de investigação contra o órgão público.
O caso do menino Miguel
Na última terça-feira (2), a mãe do menino deixou o seu filho com a patroa, Sari Corte Real, para dar um passeio com o cachorro da empregadora. Porém, a empregadora deixou que o menino de 5 anos saísse, indo até o elevador do prédio para procurar a mãe. No entanto, a criança acabou se perdendo e acabou no nono andar, escalando uma grade que protegia aparelhos de ar condicionado e vindo a despencar de uma altura de 35 metros.