A Rede Globo de Televisão vem sofrendo muitos ataques e diversos 'haters' usam a internet para criticar o trabalho jornalístico da emissora, principalmente nos últimos meses, durante a cobertura da propagação e transmissão do novo coronavírus no Brasil e no mundo.
Globo sofre processo judicial por telespectadora
Uma telespectadora foi além das simples críticas à cobertura da pandemia pela emissora da família Marinho e resolveu procurar a Justiça, alegando que a Rede Globo estava causando pânico na população pela forma que divulgavam os números dos infectados pelo coronavírus.
Rosemary Matias de Lima é moradora de São João de Meriti, no Rio de Janeiro, e entrou com uma ação judicial contra o canal pedindo que a emissora mudasse a forma que estava divulgando os números dos casos confirmados e óbitos advindo pela nova doença.
Para a telespectadora, a emissora deveria divulgar apenas os números do dia sobre a doença e não os números acumulados, como tem feito desde que a pandemia começou. Vale lembrar que a Rede Globo divulga os dois dados, as estatísticas diárias e os números totais.
A mulher ainda alegou que esta forma de repassar as informações, a emissora dava a entender que a pandemia estava se tornando cada vez mais intensa, gerando mal-estar, insegurança e pânico na sociedade.
Rosemary ainda alegou que esse fato estava prejudicando sua vida pessoal, visto que é saladeira e estava impedida de realizar seu trabalho em um restaurante.
Juíza negou pedido de telespectadora
A petição foi analisada pela juíza Paula de Menezes Caldas, que considerou que a mulher não tem legitimidade para defender os interesses da população e disse que a emissora não pode ser culpada pela interrupção das atividades econômicas causadas pela quarentena. Segundo a autoridade, a forma da Globo divulgar os dados não tem nada a ver com a retomada ou não das atividades interrompidas durante a pandemia. A ação impetrada por Rosemary foi extinta pela juíza e a Rede Globo não precisou nem mesmo se defender da acusação.
Homero Duarte, advogado da mulher, disse que apesar de não concordarem com a decisão, não recorrerão à decisão. O advogado disse que não concordam com o fato da magistrada não reconhecer que a autora tenha legitimidade para entrar com tal ação, por se tratar de assunto de interesse comum dos cidadãos.
De acordo com Homero, o objetivo da ação era fazer com que os veículos de comunicação publicassem os dados de acordo com os números de contaminados e mortes ocorridos a cada dia e não de forma acumulada. Para ele, a divulgação de dados com grande importância nacional, sem o devido cuidado, pode configurar como um abuso do direito em desfavor da sociedade em geral.