Morreu no último domingo (6), em Belo Horizonte, aos 53 anos, Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniella Perez, vítima de um infarto. Quem divulgou a informação em uma live publicada no Instagram foi o pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, onde o ex-ator se tornou pastor após cumprir pena pelo crime cometido em 1992.

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"É um moço que a sociedade não compreende, porque ele praticou aquele crime tão terrível da Daniella Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Era uma lagarta e virou borboleta", disse Valadão no vídeo.

Segundo o pastor, Pádua sofreu o infarto pouco antes das 22h.

Valadão afirma na gravação ter recebido um telefonema de uma das frequentadoras da igreja que lhe avisou que um dos pastores tinha acabado de morrer. O pastor relatou que a notícia o impactou, pois às 10h do domingo ele estava conduzindo o culto e o ex-ator estava sentado logo no primeiro banco, ao lado da esposa.

"Esse moço, Guilherme de Pádua, ficou tão conhecido. Era um artista de TV e fez aquela besteira anos atrás. Até hoje fica um estigma muito grande. Mas eu tive o privilégio de conviver com ele. Durante muitos anos, esteve conosco. Depois que saiu da prisão, cumpriu a pena, e hoje tem um trabalho de cuidar de ex-presos no ministério pastoral", continuou Valadão no vídeo.

O crime

Guilherme de Pádua deu vida ao personagem Bira, um motorista na novela "De Corpo e Alma", transmitida pela TV Globo em 1992. Seu personagem tinha como interesse amoroso Yasmin, personagem interpretada pela atriz Daniella Perez, filha da autora Glória Perez. Ao longo das gravações, Pádua assassinou Daniella, tendo como cúmplice sua então esposa, Paula Nogueira Thomaz.

Na época, as investigações apuraram que Pádua não estaria gostando da diminuição de sua participação no folhetim e que sua então esposa mostrava ciúmes das cenas românticas que ele fazia com Daniella. O casal preparou uma emboscada para a jovem artista em um posto de gasolina, levando-a para um matagal na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, e assassinando-a com golpes de tesoura.

O crime aconteceu no dia 29 de novembro de 1992 e comoveu o país.

Pádua foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão, porém ficou preso por menos de 7 anos, sendo solto no dia 14 de outubro de 1999. No último mês de agosto, ele gravou um vídeo em que pedia perdão ao ator Raul Gazolla, que era marido de Daniella quando ela foi assassinada.