A minissérie “A Garota na Fita”, que chegou ao catálogo da Netflix [VIDEO] no dia 27 de janeiro, tornou-se mais uma produção vinda da Espanha a conquistar os assinantes da gigante do streaming. Desde o estrondoso sucesso da série “La Casa de Papel” (2017-2022) várias produções da Espanha também viraram sucesso no mundo todo, como as séries “Elite”, “Sky Rojo” e “Desejo Sombrio”.
Sucesso
Desde sua estreia, a produção criada por Jesús Mesas Silva e Javier Andrés Roig e com direção de David Ulloa não abandonou a lista de produções mais vistas na Netflix.
Já nos três primeiros dias de exibição, a trama baseada no livro de Javier Castillo obteve 31,8 milhões de horas vistas, o que fez com que ela se tornasse a terceira produção não falada em língua inglesa mais assistida da Netflix e a quinta entre todos os idiomas.
Livro
Com apenas 36 anos, o escritor espanhol Javier Castillo já se tornou um sucesso de público e crítica, seu livro “La Chica de Nieve” de 2020 devido à adaptação da Netflix ganhou uma edição em português em 2023 “A Menina de Neve”. Tanto a obra literária quanto a minissérie da plataforma de streaming contam basicamente a mesma história, mas o período temporal, locais e personagens são diferentes.
Realidade
Muitos assinantes da Netflix acreditaram que a nova produção de suspense foi baseada em eventos reais.
Mas na verdade o próprio Castillo já esclareceu esse ponto. O escritor contou que sua história foi baseada em uma experiência pessoal, em uma ocasião ele estava passeando com sua família e soltou a mão de sua filha e foi invadido por uma sensação de terror ao imaginar que nunca mais poderia vê-la novamente.
Esta experiência ficou martelando em sua cabeça e ele então escreveu o livro que se tornou um best-seller.
O escritor deu sua Opinião sobre a obra da Netflix e classificou a trama mais como um drama focado nas emoções do que como um thriller de ação, ele aprovou o resultado final.
A trama
A minissérie conta o drama da família Martín, quando os pais Ana e Álvaro (Loreto Mauléon e Raúl Prieto respectivamente) vão a um festival e perdem a filha Amaya de apenas cinco anos nas ruas de Málaga.
O caso logo vai parar na mídia e chama a atenção da jornalista iniciante Miren Rojo (Milena Smit) que se dedica incansavelmente a desvendar o caso.
A minissérie consegue abordar os vários aspectos propostos a partir do desaparecimento da menina, é visto como a tragédia afetou a vida dos pais da filha desaparecida, mas o destaque da produção é mesmo sua personagem principal vivida brilhantemente por Milena Smit, mais conhecida por sua participação do filme “Mães Paralelas” (2021) de Pedro Almodóvar, em que dividia o protagonismo com a estrela Penélope Cruz.
A jovem jornalista foi vítima de estupro dois anos antes do desaparecimento de Amaya, desde então ela vive assombrada pela violência que sofreu e talvez sua dedicação a encontrar Amaya seja uma forma de achar algum sentido na vida.
A minissérie também aborda o papel da mídia em uma situação trágica como o desaparecimento de uma criança. Enquanto Miren se dedica incansavelmente em desvendar o caso, todo o restante da mídia já havia se esquecido do caso com o passar do tempo.
Nesse sentido, pode-se destacar também Eduardo (José Coronado), jornalista veterano e mentor de Miren que, ainda que interessado no caso, atuou de forma burocrática, e também o chefe do jornal em que ambos trabalham, que não disfarça em nenhum momento que seu interesse pelo caso está mais pelos ganhos financeiros que o jornal pode obter com a situação.
Talvez um dos pontos fracos da trama foi a poderosa organização criminosa especializada em atividades criminosas envolvendo crianças que é muito falada na trama e que talvez tenha conexão com a violência sexual sofrida pela protagonista.
A trama consegue tratar de temas extremamente pesados sem ter que apelar para cenas mais fortes. As cenas mais impactantes são justamente as da lembrança da personagem e ainda assim não é algo apelativo.
