Ocorreu nesta sexta-feira (17) uma ação da Polícia Federal (PF), denominada Operação Carne Fraca, a maior operação já realizada pela PF no país, que teve como alvo grandes empresas alimentícias, entre elas as que controlam as marcas Sadia, Perdigão e a Friboi. A operação em curso recebeu essa denominação a uma alusão direta ao documentário A Carne É Fraca (2004), do Instituto Nina Rosa, que alerta a população sobre os problemas do consumo de carne e de outros produtos de origem animal.

A Operação Carne Fraca contou com um contingente de aproximadamente 1.100 policiais, que foram às ruas para cumprir centenas de mandados de prisão e condução coercitiva em seis Estados mais o Distrito Federal.

O esquema contava com fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) que eram os encarregados de conseguir certificados falsos de qualidade.

Segundo o delegado federal Maurício Moscardi Grillo, um dos responsáveis pela operação, não existia extorsão por partes desses fiscais que são servidores do Mapa, mas tentativa clara de corrupção pelas corporações agropecuárias envolvidas na fraude.

Assim que foi deflagrada a operação, os executivos da JBS foram presos. A empresa é dona de marcas como Friboi, Seara e Swift, com forte presença em todo o Brasil. São alvos da referida operação também funcionários de alto escalão da BRF, que detém o controle das marcas Sadia e Perdigão.

Os fiscais do Mapa ainda recebiam propina das empresas para facilitar a liberação de mercadorias sem fiscalização adequada, ocorrendo a liberação ilegal de vários lotes de carne estragada contaminadas com bactérias e produtos que podem causar câncer. Essas grandes empresas estão sendo acusadas, principalmente, de utilizarem carne moída com papelão misturado e carnes vencidas, além da utilização de carne estragada para fazer salsichas e linguiças, além da refrigeração inadequada de seus produtos.

As empresas citadas negam as irregularidades. A JBS alega que adota as mais rígidas medidas de segurança em seus produtos e nega que seus executivos tenham sido alvo da investigação.