Um episódio de grande repercussão no Estado do Ceará e amplamente divulgado nas redes sociais, o caso da pequenina Laurinha comoveu e continua causando comoção a quem toma conhecimento do fato. A Família, até os dias de hoje, procura denunciar a sucessão de erros médicos, que culminaram com a morte da mãe da menina.
Laurinha sobreviveu e até hoje apresenta sequelas em decorrência das complicações causadas pela demora em realizar o parto.
Entendo o caso
A mãe de Laura Praciano Cruz, a Laurinha, Paula Teixeira Praciano, tinha tudo para ter um parto bem sucedido, caso não fosse, segundo a família, a sucessão de um conjunto de procedimentos mal executados, que culminou com a morte da mãe da pequena Laura.
Paula, no hospital, foi medicada com o kefazol, que é administrada de forma rotineira em gestantes.
A substância foi prescrita, segundo relatos, pelo médico que acompanhava a gestante, pelo telefone, pois o mesmo não havia chegado ao hospital. A medicação foi administrada por uma técnica em enfermagem. Logo em seguida, Paulacomeçou a sentir os primeiros sinais de um choque anafilático. Os primeiros atendimentos foram feitos pelo médico plantonista, um otorrinolaringologista, pois o hospital não dispunha de obstetra em regime de plantão.
A demora no atendimento apressou a morte da mãe
O médico que atendeu a mãe de Laurinha não percebeu quando a mesma apresentou uma reação alérgica ao medicamento.
A demora no atendimento da equipe médica e a transferência da paciente para a UTI, onde o parto foi realizado às pressas, teria levado cerca de 20 minutos. De acordo com Ádamo Cruz, pai de Laurinha, este tempo parece ter sido suficiente para causar a morte de Paula e as sequelas graves na pequena Laurinha.
Em entrevista ao jornal o Povo, a avó de Laura, Julita Praciano, na primeira entrevista que aceitou falar sobre o caso, afirma que a filha não morreu em consequência do parto.
Nas palavras da avó de Laurinha, entremeada de lágrimas, a filha foi morta e a neta encontra-se, atualmente, nesta situação difícil.
A rotina de Laurinha
Nos dia de hoje, a pequenina Laurinha, com um ano e nove meses de idade, vive na casa da avó Julita. Foi montada uma pequena UTI no quarto onde a menina passa os dias. Ela respira com a ajuda de aparelhos e recebe a alimentação por intermédio de uma sonda.
Laurinha saiu do coma e já consegue abrir os olhos. Entretanto, mantém um estado ainda estático e ainda não interage com o ambiente à sua volta.
Os exames médicos atestam que a mesma possui atividade cerebral regular, porém, ela necessita de cuidados intensivos e regulares. A família é um verdadeiro exemplo de dedicação e cuidados com a menina . A avó, funcionária pública, teve que pedir afastamento do emprego para se dedicar exclusivamente aos cuidados com a neta.
Uma verdadeira campanha foi desencadeada pela redes sociais, principalmente, no Facebook. Cerca de 100 mil pessoas já aderiram ao movimento 'Acorda Laurinha', que é citado na internet com a hastag #AcordaLaurinha.
O que dizem os responsáveis pelo atendimento
O médico responsável pelo acompanhamento de Paula está com a identidade preservada durante todo o desenrolar do caso. Por telefone, o mesmo afirmou que o episódio foi apenas uma fatalidade e declarou que irá apenas se pronunciar perante a Justiça. O hospital Gastroclínica, no qual ocorreu o fato, não quis se pronunciar sobre o fato.