Os noticiados conflitos ocorridos no Iêmen possuem como pano de fundo disputas de diferentes grupos, que almejam tomar o controle do país. O início da situação de instabilidade ocorreu no final do mês de janeiro de 2011, quando a população dirigiu-se às ruas para protestar contra o desemprego, a situação econômica vivenciada pelo país e a corrupção política, além de propostas de alteração da Constituição, apresentadas pelo governo.

Com o passar do tempo, as manifestações de rua passaram a exigir a renúncia do ditador Ali Abdullah Saleh, no cargo de presidente desde 1990. Em novembro de 2011, cedendo às pressões, Saleh concordou em deixar o cargo para seu vice Abdo Rabbo Mansur Hadi, em caráter interino.

Em 21 de fevereiro de 2012, ocorreram eleições presidenciais com cerca de 70% de participação dos iemenitas. Abdo Rabbo Mansur Hadi foi eleito com 99,8% dos votos e assumiu o cargo em 25 de fevereiro.

No entanto, o Iêmen, considerado o mais pobre país do Oriente Médio, entrou em uma crise sem precedentes, que já possuem características de Guerra Civil. Durante o período entre o afastamento em caráter transitório do ex-ditador, Ali Abdullah Saleh, e a posse definitiva do vice-presidente, Hadi, o grupo Houthis, que segue uma versão do xiismo denominada zaidismo, aproveitou para expandir sua influência pelo país.

O grupo radical representa cerca de um terço do povo iemenita e participou ativamente dos protestos que levaram à renúncia do antigo presidente. Em fevereiro de 2014, o ainda titular do Executivo, Hadi, apresentou uma proposta de divisão do país em seis regiões, obtendo grande oposição dos houthi, os quais acreditavam que seriam enfraquecidos caso a iniciativa vingasse.

Em setembro do mesmo ano, o grupo participou de uma série de conflitos com o intuito de assumir o controle de áreas da capital do país, Sanaa. Nos confrontos, 270 pessoas morreram e 460 ficaram feridas.

Em janeiro de 2015, os houthi cercaram a casa do presidente Hadi, forçando-o, juntamente com seu primeiro ministro, a renunciar ao cargo. No entanto, em 21 de fevereiro Abdo Rabbo Mansur Hadi fugiu para a cidade de Áden, região portuária do país, e desistiu da renúncia.

Em 20 de março, uma série de atentados ocorridos contra mesquitas xiitas deixam 137 mortos na cidade de Sanaa. O Estado Islâmico reivindicou o ataque, apesar de sua pouca influência no local. Ainda não se tem certeza da autoria dos atentados.

Depois do episódio, o grupo radical housthi começou uma marcha rumo ao Sul do país, no intuito de encontrar o presidente e depô-lo do cargo. Em 25 de março, Hadi viu-se forçado a deixar o Iêmen. A Arábia Saudita, apoiadora do governo do presidente, passou, neste mesmo dia, a realizar uma série de ofensivas aéreas, com o intuito de fazer os rebeldes recuarem.

O conflito ganha ainda mais importância com a oposição entre Arábia Saudita, sunita, que luta ao lado de Hadi, e o Irã, xiita, apoiador dos houthis. Além disso, outros grupos lutam por mais espaço no país, como é o caso da Al-Qaeda, que também tem realizado uma série de atentados em cidades da região.