É um assunto que gera luz à discussão, mas não há dúvida de que o conceito de Justiça trata-se de algo subjetivo, referindo-se a todo um contexto de inter-relacionamento dos membros que compõem uma determinada sociedade, onde deve ocorrer o equilíbrio nas tratativas entre as pessoas de forma razoável e imparcial no que diz respeito aos interesses de todos os envolvidos no grupo, oportunidades distribuídas aos seus integrantes e bens ou riquezas, que também podem ser conquistados por todos esses indivíduos.
Por outro lado, nem sempre o conceito do que seja justiça é uma unanimidade entre os estudiosos, pensadores e cidadãos comuns do dia a dia; entretanto, algo fica claro, a saber, quando o Estado se faz ausente em um grupo social qualquer, a Justiça se torna aleijada de aplicabilidade adequada para com alguém. Muitos críticos, por exemplo, questionam se a justiça que se faz com as próprias mãos, por algum dano sofrido pelo justiceiro ou por alguém a quem ele nutre afeto, é de fato justiça. Alguns dizem que sim, que isso também é uma forma de justiça, outros falam que não passa de vingança cega e irracional.
De qualquer modo, independente da posição defendida por cada indivíduo, vem do Estado do Pará um caso de homicídio doloso que gera mais opiniões controversas sobre o tema em questão. No domingo, 22 de janeiro deste ano, um Homem chamado Adaílton Pereira dos Santos, de 32 anos de idade, foi assassinado naquela parte do país. Mas o que há de tão especial neste crime, não seria mais um entre tantos outros que ocorrem no Brasil?
Paulo Maia, que é o delegado responsável pelo Setor de Homicídios Castanhal, no Estado do norte brasileiro, veio a público no dia seguinte e deu maiores esclarecimentos sobre o ocorrido: o homicídio de Adaílton aconteceu por volta do meio-dia na Avenida Josélio Silva, que corta o Bairro Vila Nova e não foi nada menos nada mais do que um acerto de contas, “cobrado” muitos anos depois.
Enfim, conforme o delegado Maia, quem tirou a vida intencionalmente do homem de 32 anos foi um senhor de 58 anos chamado Jucelino Melo e o crime foi motivado pelo sentimento de vingança, pois há 10 anos, Adaílton havia sido detido sob a acusação do crime de Estupro; no entanto, como as provas eram insuficientes para o manter preso, o mesmo acabou sendo liberado pela justiça paraense. Na sequência, Adaílton tratou de rapidamente sumir da cidade, só retornando uma década depois de sua prisão temporária, acreditando que todos teriam esquecido de que um dia ele foi suspeito de estupro.
Por outro lado, não foi bem isso o que aconteceu, uma vez que Jucelino, já mencionado no parágrafo acima, ficou sabendo de algum modo que Adaílton estava de volta à cidade e foi encontrá-lo armado com um revólver.
O resultado é que Jucelino matou Adaílton com 5 tiros à queima roupa no rosto. Vale frisar que o senhor Jucelino é o pai da menina que foi estuprada 10 anos atrás.
Jucelino corre o risco de pegar 30 anos de cadeia sob a alegação de ter praticado um homicídio doloso ou aquele que tem a intenção de matar, mas Jucelino disse ao delegado literalmente o seguinte, sobre a confissão de ter sido ele o matador de Adaílton: “não me arrependo. Fiz e faria de novo se fosse necessário. Esse monstro estuprou minha filha de 10 anos. Agora estou feliz, finalmente ele pagou pelo que fez".