Juíza arbitral do município de Piraí, no sul fluminense, acusa três vereadores da mesma cidade de a terem agredido violentamente durante uma orgia em que participaram num hotel, em Brasília. Agora a Polícia da capital federal deseja ouvir os parlamentares para confrontar com a versão da vítima. A Justiça deverá ouvir o depoimento dos vereadores através de uma "carta precatória" (recurso que a polícia utiliza para solicitar depoimentos de testemunhas ou pessoas acusadas de algum crime, que residam em outro estado).

A carta foi enviada à Polícia Civil do Rio de Janeiro.

De acordo com a juíza, única ouvida pela polícia de Brasília, ela e uma amiga foram se encontrar com os vereadores em um hotel onde a tal moça é recepcionista, além de também trabalhar como garota de programa. O delegado Rogério Henrique Oliveira, chefe da 5ª DP, confirma já ter conversado com a juíza e a recepcionista e elas sustentam a mesma versão. A autoridade está preparando a carta para ser enviada e a polícia possa dar continuidade as investigações.

Segundo o laudo provisório do IML há indícios que a mulher sofreu uma grave lesão e são aguardados laudos complementares para que possam ser avaliadas se a lesão é ou não gravíssima.

"Ela está com três dedos da mão que não se movem", comentou o dr. Rogério e para ele tudo indica que a versão da vítima é verdadeira.

A juíza de Piraí contou durante o depoimento, que dois vereadores abordaram ela e a amiga e foram para o hotel, logo, a garota de programa foi contratado por um deles e a juíza ficou com o amigo. Mas a coisa não saiu como o esperado, pois, ao entrarem na suite, surgiu o terceiro vereador querendo participar da festa. A magistrada revela ainda que a recepcionista tinha se retirado para o banheiro com o amigo e ela ficou indignada quando viu os dois parlamentares se beijando e a chamando para participar da orgia.

Foi justamente na ocasião em que se recusou a entrar na "festinha" que eles começaram a agredi-la com muita brutalidade.

Um deles desferiu um violento tapa em sua orelha, o que causou hemorragia e, em seguida, vieram tapas de todos os lados. "Eles pareciam pessoas normais", queixa-se contando que ninguém fez nada para ajudá-la, todos foram embora, deixando-a sozinha e muito machucada. Um dos parlamentares bateu tanto que quase a deixou desfigurada, além de quebrar seu braço e ameaçar beber seu sangue. É o que consta no depoimento.

A juíza agradeceu a Deus por não tê-la deixado morrer nas mãos do vereador que ficou com uma faca durante todo tempo contra sua garganta. A câmara de vereadores de Piraí conta atualmente com 11 vereadores.