A oitava parte do processo de interiorização de venezuelanos terá continuação hoje. Pela manhã desta quinta-feira (13), estava previsto para um avião da FAB (um boeing 747) sair de Boa Vista (capital de Roraima) e chegar até Canoas e Esteio, ambas no Rio Grande do Sul. O Governo local dessas cidades fez parceria com o governo federal para recebê-los.

Cerca de 190 venezuelanos irão para essas cidades hoje. Ontem (12), foram cerca de 200. Desde o início do projeto de interiorização, ocorrido em abril, cerca de 1,9 mil venezuelanos já foram interiorizados.

Nos dias 4 e 5 de setembro, mais 405 pessoas foram enviadas a várias partes do país. Manaus, Curitiba, São Paulo, Esteio (RS) e Brasília já receberam parte deles.

Todos os venezuelanos que aceitaram fazer parte do processo de interiorização foram vacinados, submetidos a exames de saúde e regularizados no país, segundo informou o governo federal. A regularização consiste na obtenção de um CPF (cadastro de pessoa física) e direito à carteira de trabalho. Com isso, a atitude do governo ajudará centenas de trabalhadores venezuelanos a encontrar uma melhor situação no país.

Por ajudar o governo federal, as cidades que estão acolhendo e ajudando no processo de interiorização, receberão verbas do governo.

A cidade de Canoas, por exemplo, receberá R$ 1,2 milhão por 6 meses. O repasse será feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social e a ajuda irá durar por 6 meses. A cidade de Esteio terá ajuda de R$ 534 mil.

As cidades que têm interesse em receber esses refugiados devem apresentar primeiramente estrutura para receber. Elas são oferecidas por meio de ONG's nacionais e internacionais e também por igrejas.

A partir daí, o governo indica os refugiados para cada local de acordo com a necessidade.

Crise na Venezuela

A crise na Venezuela tem provocado um grande êxodo humanitário na América do Sul. Os países vizinhos da Venezuela são os que mais estão recebendo refugiados do país. O governo de Nicolás Maduro sofre duras penas e embargos dos Estados Unidos.

Com isso, a instabilidade política e econômica só cresce no país. Diante desse cenário, milhares de venezuelanos estão fugindo em busca de melhores condições.

Alguns venezuelanos chegam a trabalhar em situações análogas ao da escravidão, conforme matéria do jornal alemão Deutsche Welle. Mesmo assim, os venezuelanos falam que a situação aqui é melhor do que a de seu país. Em outra matéria, alguns fazem garimpo na rede de esgoto, na capital Caracas.