Preso sob a acusação de cometer diversos crimes sexuais, o médium João de Deus se sente injustiçado de acordo com seu advogado, Alberto Toron. Ele está detido em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital de Goiás. Nessa sexta-feira (11) o G1 entrevistou o advogado para saber como o médium está passando e recebeu a informação de que ele está bastante debilitado e reagiu com muita tristeza à suspensão do julgamento de seu habeas corpus e tem se mantido, de acordo com a defesa, apenas com sua imensa fé. Tem andado com a ajuda de uma bengala.

"Cabeça baixa, barba por fazer, cabelo despenteado. Um farrapo humano”, afirmou o advogado.

A suspensão do julgamento se deu porque um dos desembargadores do caso precisa de mais tempo para apreciar as denúncias. João está preso há quase um mês, desde o dia 16 de dezembro. Num primeiro momento, o Ministério Público negou o habeas corpus por julgar que ele pode fazer novas vítimas ou ameaçar as já existentes se estiver fora da cadeia à espera de julgamento, assim como pode fugir, uma vez que foi encontrado em sua residência muito dinheiro em espécie.

O advogado nega a possibilidade de fuga assim como nega que tenha havido coação ou ameaças às testemunhas.

Novo indiciamento

Nesta quinta-feira (10), João de Deus e sua esposa, Ana Keyla Teixeira, foram indiciados pelo crimes de posse ilegal de arma de fogo e o médium sofreu novo indiciamento por conta de uma outra acusação de abuso sexual.

O poder judiciário está fazendo as devidas análises legais para o encaminhamento das denúncias ao Ministério Público, e o órgão decidirá se as acusações procedem, acatando a denúncia ou arquivando o processo. Caso aceite, o médium se torna réu e passa por julgamento, onde pode ser declarado culpado ou inocente.

O caso

No dia 7 de dezembro, no Programa do Bial, algumas testemunhas falaram dos abusos sexuais e psicológicos vividos nas mãos do médium enquanto estavam em seu estado mais vulnerável e foram pedir ajuda.

A holandesa Zahira Mous disse no programa que sofreu duas agressões sexuais e foi, inclusive, penetrada por trás, dentro do banheiro de frente para o espelho. À época, ela não denunciou por medo de represálias.

Pouco tempo depois, a própria filha do médium, Dalva de Oliveira, também prestou queixas dizendo ser molestada sexualmente desde criança, o que gerou ainda mais indignação da população e de muitos famosos que já foram procurar ajuda do médium. A partir daí foi decretada a prisão preventiva do médium.