A pequena Júlia, de oito anos, deixou uma carta emocionante para a voluntária Gabriella Pereira, de 23, antes de morrer em decorrência da leucemia. Gabriella tornou-se quase que uma mãe adotiva para a menina e a visitava pelo menos quatro vezes por semana em um abrigo para crianças na cidade de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo.
O texto, feito com a ajuda de uma assistente social, foi escrito em uma agenda de princesa e emociona todos aqueles que o leem. O conteúdo foi divulgado nas redes sociais e gerou milhares de curtidas e compartilhamentos.
Bacharel em direito, Gabriella conta que costumava realizar trabalhos sociais com moradores de rua e em orfanatos. Isso acontece há cerca de seis anos. Há dois ela conheceu Júlia e passou a dedicar exclusivamente à menina, que estava à espera de uma família para ser adotada.
Gabriella afirma que desde então as ações que realizava deixaram de ser um trabalho social e transformaram-se em amor. Natal, aniversário e Dia das Crianças ela sempre visitava Júlia, a quem chama carinhosamente de "magrelinha".
Segundo a estudante de direito, a pequena de oito anos era a única criança que não tinha quem a visitasse. Segundo Gabriella, a irmã de Júlia foi adotada quando tinha meses, mas ela, já com oito anos, ainda não havia sido adotada e lutava contra a leucemia.
Ela disse ainda que Júlia foi realmente abandonada pelos pais.
Gabriella entrou com documentação para adotar Júlia, o pedido estava em andamento, mas não deu tempo de ser concluído.
Carta emocionante
Na carta que escreveu para Gabriella, Júlia fala um pouco do que a jovem fez por ela, como por exemplo, ter dado um vídeo-game, sandália de salto e ter levado um lanche que ela viu na TV e tinha vontade de comer e sorvete de morango.
A menina começa o texto dizendo que estava com muita dor e que queria ir morar com o "papai do céu". Júlia diz ainda que Gabi é sua melhor amiga e que queria que fosse sua mãe. Como toda criança sonhadora, ela diz que pediria ao juiz para deixar Gabi a adotar porque a jovem de 23 anos é grande e já dirige um carro.
A menina de oito anos também diz que queria ser bonita igual Gabriella quando crescer e agradece pelas bexigas e brigadeiros em seu aniversário.
Ela termina dizendo que ama a tia Gabi e repete que está com dor. Também diz que se for morar com o papai do céu não era para Gabriella ficar triste. A carta emociona. A menina morreu no mesmo dia em que Gabi recebeu a correspondência.