O iminente risco de um novo rompimento de uma barragem da Vale, provocou correria e pânico entre os moradores de Brumadinho, no início da manhã deste domingo (27), quando por volta das 5h as sirenes de alerta foram acionadas. Alguns deles deixando suas casas com roupas de dormir e levando tudo que conseguiam.
Além de fazer com que os moradores saíssem rapidamente de suas casas, o risco de um novo rompimento fez com que as buscas por desaparecidos, por medida de segurança, fossem suspensas no final da tarde de sábado e até agora não fossem retomadas.
A prioridade do Corpo de Bombeiros passa a ser a retirada das pessoas das áreas de risco.
De acordo com o último balanço passado pelas autoridades, 361 pessoas já foram localizadas após serem dadas como desaparecias, 287 pessoas não fizeram contado, 192 foram resgatada com vidas, considerando também as que ficaram ilhadas, além de 37 mortes confirmadas.
Moradores saíram de casa com roupa de dormir
“Pegamos água, biscoito, a gente não sabe o que pode acontecer”, disse a agente de saúde Raiane de Resende em entrevista ao G1. “Passou uma caminhonete do vizinho buzinando e avisando todo para sair”, relatou a mulher, que junto com seus familiares correram até uma Unidade Básica de Saúde, que fica em um ponto mais alto da cidade.
O local também recebeu um homem, que sofre de problemas cardíacos e por conta da correria e da tensão acabou passando mal. Sem saber ao certo como estava a situação, as pessoas se apertavam em carros e corriam para pontos mais altos de Brumadinho. “Tirei só os documentos. Não tirei roupa, não tirei nada, ficou tudo lá dentro de casa”, disse a dona de casa Maria Sueli Alves de Oliveira, de 59 anos.
Ela relatou ainda que antes de sair soltou os carros e as galinhas.
Relataram demora dos bombeiros
Os moradores da parte mais baixa da cidade reclamaram que após o toque da sirene, por volta das 5h, os bombeiros demoraram cerca de duas horas para chegarem até o local onde eles estavam. Por conta própria, muitos deles foram até a parte mais alta do bairro Parque Cachoeira.
“A sirene tocou por volta de 5h50, a população ficou toda sem rumo, desorientada”, reclamou o assistente administrativo Silas Fialho, de 34 anos. Segundo ele, não havia nenhuma autoridade ou funcionário da Vale por perto e a população saiu de casa sem saber o que fazer.
Ao serem questionadas sobre a razão pela qual as famílias não foram removidas logo após o rompimento da primeira barragem, as autoridades alegaram que não haviam contingente para efetuar o trabalho.