Recentemente, a Policia Civil teve acesso a prints de WhatsApp que mostram uma suposta conversa entre duas jovens, acusadas de torturar uma adolescente de apenas 16 anos. Uma das agressoras obrigou a jovem a ligar para seu ex-namorado e dizer que não queria mais nada com ele. O caso ocorreu nesta terça-feira (8), em uma residência do bairro Guanandi, na região sul de Campo Grande. Segundo o delegado à frente das investigações, o motivo das agressões seria por ciúmes de um ex-namorado.
Durante a conversa, uma jovem pergunta se a agressora, de apenas 17 anos, teria ido para a Unei (Instituição Educacional de Internação), para onde são encaminhados menores infratores.
Como resposta, a jovem diz que não, ela teria apenas assinado alguns papéis. "Nao po... To suave tenho dinheiro adevogado", responde a agressora. A jovem ainda diz que a vítima era pra estar morta, mas as meninas presentes no momento da tortura não deixaram.
Durante entrevista a TV Morena, a vítima relatou alguns momentos de terror durante a tortura. Ela diz ter ficado em poder da infratora durante 2h30, e durante esse tempo foi agredida com pontapés, socos e teve até seu corpo riscado com a ponta de uma faca.
Em entrevista ao G1, Fábio Sampaio, delegado responsável pelas investigações, diz que quatro pessoas já foram ouvidas, entre elas duas das agressoras, que já teriam inclusive confessado o crime.
Pivô das agressões pode ter sido o ex-namorado
Uma das suspeitas, já maior de idade, é a dona da residência onde ocorreu a tortura, e foi ela quem teria obrigado a jovem a ligar para o ex. Segundo o delegado, a agressora já teria tido relação com o ex da jovem. Ele teria terminado com a agressora e depois tido relações sexuais com a vítima.
As suspeitas já identificadas ira responder pelo artigo do ECA (Estatuto da Criança e o Adolescente), por constranger e realizar grave ameaça por meio de violência.
Após as agressões, a menina teve que ser internada, onde passará por um novo exame de corpo de delito e fará também uma cirurgia no nariz, por conta das lesões sofridas.
Segundo Sampaio, o próximo passo será ouvir o motorista do Uber, que teria levado a vítima até o local, e também seu ex, possível pivô das agressões. Além disso, a vítima deverá também prestar um novo depoimento.
A irmã da vítima diz ter tido ciência do caso depois de ver prints das agressões em um grupo do WhatsApp. Ao saber das agressões, ela diz ter ficado muito preocupada e foi atrás da irmã. Se não fosse atrás, ela diz que sua irmã poderia estar morta agora. Após as agressões a jovem foi encaminhada à Santa Casa.