Na manhã deste domingo (3), a líder ativista Maria do Carmo Santos, presidente da ONG Vitimas Unidas, emitiu uma nota à imprensa comunicando o falecimento da colega Sabrina Bittencourt, na cidade espanhola de Barcelona.

Sabrina, de 38 anos de idade, era uma ativista que trabalhava a fim de reunir mulheres que afirmam terem sido abusadas pelo médium João de Deus.

No comunicado, feito por Maria do Carmo em nome do grupo Vítimas Unidas, a informação foi de que por volta das 21h Sabrina teria sido encontrada sem vida e deixado uma carta de despedida, na qual relatava aos interessados os principais motivos para ter feito aquilo.

Ainda no comunicado, a presidente da ONG aproveitou para pedir encarecidamente que as pessoas e meios de comunicação não tentem entrar em contato com nenhum membro da família Bittencourt, a fim de preservar os mesmos de perguntas e questionamentos que sejam dolorosos neste momento tão difícil.

Até o momento do pronunciamento de Maria do Carmo, dois dos três filhos de Sabrina ainda não sabiam do ocorrido. Lembrando da amiga, ela ainda revelou que a incessante luta de Sabrina jamais será esquecida e que se comprometia a continuar lutando com a mesma força e garra, em prol de defender as minorias, principalmente as muitas mulheres que são cruelmente vítimas diárias do machismo.

Saiba quem era a ativista Sabrina Bittencourt

Fazendo parte de uma família mórmon, Sabrina começou a ser abusada por membros da igreja que frequentava quando tinha apenas 4 anos de idade.

Os abusos durando a maior parte de sua infância e adolescência, aos 16 anos ela engravidou e praticou um abortou. A partir daí, Sabrina decidiu se impor e revelar tudo o que vinha sofrendo ao longo do tempo.

Se rebelando e se tornando uma ativista da causa, Bittencourt começou a ouvir e a colher relatos de outras mulheres que assim como ela, sofreram abusos. Sendo uma das peças principais da plataforma Coame, (Combate ao Abuso no Meio Espiritual), Sabrina lutou incansavelmente para revelar publicamente os supostos abusos sexuais cometidos pelo médium João de Deus, bem como por diversos ícones religiosos.