Foram encontrados na Patagônia, no sul da Argentina, os corpos de dois alpinistas brasileiros que estavam desaparecidos desde a metade do mês passado, quando pretendiam escalar o pico Fitz Roy. De acordo com informações passadas pelo Consulado do Brasil em Buenos Aires, o capixaba Fabrício Amaral, de 42 anos, e o mineiro Leandro Iannotta, de 40, estavam no monte La Silla, que antecede o Fitz Roy, em um local de difícil acesso. O resgate foi feito por terra.
A irmã de Fabrício, Luciana Amaral, por meio das redes sociais, repassou as informações que recebeu do Consulado e agradeceu a todos que rezaram pelos alpinistas.
De acordo com ela, a Justiça do país vizinho determinará os próximos passos e também informará de forma oficial sobre o local do Acidente. “Os resgatistas alcançaram o local por terra e não houve sobrevoo ... Agradecemos a todos vocês que rezaram por ele e pela nossa família”, escreveu no Instagram.
Último contato oficial foi em 15 de janeiro
Os dois montanhistas, com mais de 20 anos de experiência, após cumprirem todos os procedimentos obrigatórios, iniciaram a subia em 16 de janeiro, um dia após fazerem o último contato com os familiares. De acordo com os planos, o retorno ao Parque Nacional Los Glaciares, onde fica o monte, estava previsto para o dia 20, porém, no dia 19, uma forte frente fria atingiu a montanha.
Como na data prevista eles não retornaram, no dia seguinte, foi iniciada uma operação de resgate para tentar localizar os brasileiros, porém, a mesma teve que ser suspensa no dia 22, após um dos socorristas ter sofrido um grave acidente. Ele despencou de uma altura de aproximadamente 30 metros, fraturando perna, costela e pelve.
Em sua última postagem nas redes sociais, Leandro relata as dificuldades encontradas em razão dos fortes ventos no Parque Nacional. Ele também relatou que a primeira investida no local havia sido “incrível”, mas que por conta dos ventos precisaram esperar até uma próxima janela. Para escalar o monte, eles pretendiam usar a rota conhecida como via Franco Argentina.
Acredita-se que a dupla tenha sido surpreendida por uma tempestade. Os ventos chegaram até 139 quilômetros por hora.
O especialista Edemilson Padilha diz que o principal problema da Patagônia é seu clima sempre hostil. Ele explicou ainda que a escalada na rocha é vertical, e um colega sempre precisa estar amarrado ao outro em caso de queda. Padilha é experiente em escalada no local, tendo até mesmo participado de missão de resgate.