Nesta quarta-feira (27), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou dados preocupantes relacionados à taxa de desemprego no país. O número de pessoas sem emprego formal subiu para 12% entre os meses de novembro e janeiro, totalizando no último mês 12,7 milhões de desempregados.

Isso significa um aumento de 0,3 ponto percentual em relação aos meses de agosto, setembro e outubro --base da comparação dos dados atuais. De modo geral, um total de 318 mil pessoas ficaram fora do mercado de trabalho nesse período.

A estatística também aponta que após uma sequência de oito meses de queda nas taxas de desemprego e um mês de estabilidade, esse é o maior número de desempregados desde o mês de agosto de 2018.

De acordo com o IBGE, em dezembro do ano passado o número de brasileiros sem carteira assinada já somava 12,2 milhões.

Os dados refletem no número atual de trabalhadores formais neste trimestre encerrado em janeiro, o menor desde agosto de 2018. Empregados com carteira assinada ou formalmente contratados somam 92,5 milhões.

Contratações de final de ano

Como de costume, comércios e indústrias lançam vagas temporárias e contratam funcionários extras nos últimos meses do ano para suportarem a demanda das férias e do Natal. Após esse período, grande parte dos contratados são dispensados.

Desse modo, um dos fatores que contribui para a alta do desemprego no mês de janeiro é essa dispensa após as contratações de final de ano.

Assim, normalmente no primeiro mês há um aumento no número de trabalhadores temporários dispensados, o que também reflete o aumento da taxa de desocupação.

Sobe o número de autônomos

Em busca de uma fonte de renda extra ou alternativa, a taxa de trabalhadores informais e por conta própria também bateu recorde nesse trimestre-móvel encerrado em janeiro, o que justifica o recuo de 12,3%, ante 12,7% na taxa média de desemprego comparada nos anos de 2017 e 2018.

Assim, em um ano mais de 700 mil brasileiros passaram a trabalhar por conta própria.

As atividades que mais se destacaram no quesito autonomia foram comércio, outros serviços, alojamento, alimentação e principalmente transportes. O fato ocorre pelo aumento de ingressos no transporte alternativo de passageiros viabilizado pelos aplicativos da categoria.

Em contrapartida, a comparação feita no mês de janeiro de 2018 destaca ainda o aumento de 6,7% no número de desalentados, ou seja, mais de 4 milhões de pessoas naquele trimestre já desistiram de procurar emprego porque acreditam estar despreparadas ou estão com idade avançada para uma recolocação no mercado.