O escritor Olavo de Carvalho vem causando várias polêmicas na internet sobre política e até sua “vaquinha virtual” gerou vários comentários entre internautas. Acontece que suas críticas andam incomodando, segundo os sites de notícias, algumas alas do Governo, além de causar algumas celeumas desnecessárias. Até o vice-presidente da república, Hamilton Mourão (PRTB), vem respondendo com ironia as perguntas sobre suas críticas. Segundo o site UOL, Mourão respondeu as críticas com “beijinhos”.

Agora, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, depois do escândalo da carta do Ministério da Educação em solicitar que escolas cantem o hino nacional e sejam gravadas e enviadas ao MEC, vários alunos de Olavo de Carvalho, e que trabalhavam no governo, foram exonerados de seus cargos.

Um deles é Silvio Grimaldo, que trabalhava como assessor direto do próprio ministro da educação, Ricardo Vélez.

Outro aluno de Carvalho que está sendo afastado é Eduardo Melo, que foi subsecretário executivo e agora vai para a fundação Roquette Pinto. Já Murilo Resende, que foi indicado para ser coordenador da diretoria que cuida do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e acabou ficando com o cargo de assessor, também foi exonerado de suas funções.

Foco na educação

Segundo o Estadão --que obteve essa informação de outras fontes-- essas exonerações que estão fazendo dentro do Ministério da Educação é uma reorganização a fim de de colocar o MEC no rumo correto que é o foco na educação. Essa decisão, segundo as fontes do site, foi do próprio Vélez durante o feriado de Carnaval.

Isso porque ele foi aconselhado a mudar de posição ideológica. Mesmo porque, a ideia da carta do MEC que pedia para que as crianças lessem o slogan da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e fossem, também, filmadas, não teria sido compartilhada com a alta cúpula do Ministério da Educação.

Essa carta, que tinha a assinatura do ministro da educação, foi amplamente divulgada pelo jornal Estadão com exclusividade.

Foi dessa forma que a alta cúpula do Ministério da Educação soube desse documento do ministro às escolas. Essa carta, inclusive, teve várias críticas de setores importantes do Ministério, como dos educadores, juristas (que disseram ser contra as leis vigentes) e até mesmo dos membros que defendem o movimento Escola sem Partido.

O MPF (Ministério Público Federal) pediu que o Ministério da Educação se explicasse sobre essa carta e o Ministério, dentro dessa repercussão negativa, reconheceu o erro.

Na última sexta-feira (8), houve uma reunião para determinarem de vez se iriam ou não exonerar essas pessoas dos seus cargos. A decisão tomada veio como uma tentativa de melhorar a imagem do próprio ministro Vélez, desgastada por conta da fatídica carta. Nessa reunião estavam tanto a ala dos militares, quanto a ala da casa civil.

Segundo postagem em sua rede social, Silvio Grimaldo afirmou haver um expurgo de todos os alunos do filósofo Olavo de Carvalho do Ministério. Ainda argumentou que em seu ponto de vista houve uma traição ao governo Bolsonaro.

Segundo Grimaldo, nem a traição do vice-presidente Mourão e do ex-ministro, Gustavo Bebbiano, chegaram ao mesmo nível.

Olavo de Carvalho tinha aconselhado

Ainda de acordo com informações do site Estadão, na manhã da última sexta-feira (8), o escritor e filósofo, Olavo de Carvalho, escreveu em seu perfil do Facebook, aconselhando os seus alunos a deixarem o governo Bolsonaro. Escreveu ainda, para todos os seus alunos dentro dos cargos importantes, que acredita ser algumas centenas, que deveriam largar esses postos e voltarem com seus estudos. Ele diz, que dentro do governo existem vários inimigos do presidente e do povo. Não é de bom grado ficar com essas pessoas, afinal, só será bom para aqueles que concordam com essas ideias inimigas da pátria.