Cristiane Werneck, uma cabeleireira de 36 anos, faleceu na madrugada desta segunda-feira (25) no hospital de Irajá, onde estava internada, no Rio de Janeiro. A moça havia sido agredida pelo seu ex-companheiro no domingo de Carnaval, dia 3.

O ex-companheiro da mulher, Giovani Jefferson de Souza, foi preso no dia 8. Na época, a prisão foi por tentativa de feminicídio. Agora, Giovani deverá responder por feminicídio de fato. O cunhado de Cristiane, David Ribeiro, relatou que o rapaz já estava tentando uma reconciliação e, no domingo de Carnaval, convidou a ex para sua casa, localizada no Estácio.

David não soube informar o que pode ter acontecido depois, ele acredita que tenha havido alguma discussão. Só o que se sabe é que depois desse dia a cabeleireira nunca mais acordou.

O ex-companheiro de Cristiane telefonou para David e disse que fez uso de sua legítima defesa. Segundo o rapaz, Cristiane foi para cima dele e ele apenas "a tirou com a mão direita". Giovani trabalha como porteiro e é praticante de luta livre. David lembra de ter questionado o rapaz "em legítima defesa você quebrou ela todinha?".

Ainda segundo o relato de David, Cristiane teve ferimentos nas pernas, no braço e no rosto, além disso, perdeu os rins na agressão. Para o cunhado, houve também negligência no socorro da vítima por parte de Giovani e sua família.

Eles ligaram para a filha de Cristiane, que estava em Copacabana e prestaram socorro apenas no primeiro momento. A jovem saiu de Copacabana para socorrer a mãe atrás do sambódromo. Para ele, toda essa distância fez diferença no atendimento de Cristiane, que chegou a parar na UTI devido às agressões.

Número de agressões a mulheres é alarmante

Giovani já havia sido preso há oito anos também por agressão a uma ex-companheira. No sábado (09), durante o Carnaval, mais três homens também foram presos por agressão a mulheres. Entre eles Yuri Barbirato do Rosário, responsável por esfaquear e espancar a ex-mulher, grávida de cinco meses.

Os números de casos de violência contra mulheres têm crescido e assustam. Segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, somente no Estado, 379 mulheres são agredidas por dia. Neste ano 22.360 mulheres já denunciaram alguma agressão. Além disso, apenas entre os meses de janeiro e fevereiro já ocorreram 14 casos de feminicídio e a justiça já decretou 4.736 medidas protetivas de urgência. Também foram efetuadas 123 detenções.