Morreu nesta segunda-feira (18), a jovem Jackeline de Andrade. Ela tinha 16 anos e estava internada no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba, desde 15 de janeiro, após sofrer queimaduras ao salvar o irmão de um incêndio que atingiu sua casa, na cidade de Colombo, na região metropolitana da capital paranaense.
A adolescente passou os primeiros 15 dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva, mas deixou a UTI em 30 de janeiro. De acordo com informações passadas pelo hospital, Jackeline apresentou um quadro de infecção generalizada.
Isso, associado às graves queimaduras, causou uma parada cardiorrespiratória.
O incêndio
Na madrugada de 15 de janeiro, a casa da família de Jackeline começou a pegar fogo. De acordo com seu pai, Jair de Andrade, as chamas teriam começado na cozinha. Além dos dois, também estavam no imóvel a mãe da adolescente e outros dois irmãos. Todos conseguiram deixar a casa, menos o irmão de quatro anos. Foi então que a adolescente decidiu voltar e pegar a criança, que estava escondida atrás do fogão.
“Ela não pensou se ela ir morrer. Ela viu o irmão parado, lá no cantinho, e pegou ele”, disse na época Dinair de Andrade, mãe de Jackeline. Gabriel nada sofreu, porém, a adolescente teve queimaduras graves de primeiro e segundo grau pelo corpo e foi levada em estado grave para o Hospital Evangélico.
O fogo destruiu toda a casa e os pertences da família, que desabrigada, precisou ir para a casa de parentes.
Faria tudo de novo
No dia em que deixou a UTI, Jackeline concedeu entrevista, onde disse que faria tudo de novo para salvar o irmão. Com as marcas das queimaduras pelo corpo, a adolescente falou que foi melhor ter se arriscado do que ter que passar o resto da vida chorando em cima de um túmulo.
“Eu não pensei em mim. Eu pensei em salvar a vida dele", disse a jovem. Ela seguia no hospital por conda de seu estado ainda requerer acompanhamento médico, como a troca de curativos feitos pelos enfermeiros.
Na entrevista, a jovem havia comemorado o fato de ter saído da UTI, uma vez que poderia ficar mais perto da família, mas se queixou das dores provocadas pelas queimaduras, que não a deixava dormir.
“Ainda dói muito. Tem momentos que você chora, porque fica sozinha, não consegue dormir”, contou.
Na época da entrevista, a adolescente ainda não havia reencontrado o irmão e disse que estava ansiosa para revê-lo. "Eu queria dar um beijo nele", falou.