Nesta quinta-feira (14), o júri do assassinato do menino Bernardo Boldrini iniciou sua fase de debates entre defesa e acusação. Durante explicação dos promotores a respeito do caso, foram mostradas imagens do corpo do garoto assassinado, o que gerou um momento de muita emoção dos presentes durante o julgamento, que está acontecendo desde o começo da semana no Fórum de Três Passos, no Rio Grande do Sul.
Antes que as imagens fossem colocadas na tela, a promotoria avisou que mostraria imagens de conteúdo explícito e forte para todos presentes no julgamento. A imagem exibida pelos promotores era o corpo da criança deitada em uma mesa do necrotério, completamente desfigurado, após os dez dias que permaneceu enterrado em uma cova.
Pai pede para se retirar para não ver fotos do filho
Leandro Boldrini, o pai da criança, que estava presente no momento em que a promotoria anunciou a exibição das imagens, pediu para se retirar do salão do júri se recusando a ver as imagens do garoto. Uma enorme comoção tomou conta do júri e de todos presentes acompanhando o julgamento no momento da exibição das imagens, muitas pessoas presentes se emocionaram ao ver o estado que se encontrava o corpo de Bernardo.
Evandro, um dos réus do caso, teria sido o único a olhar para a tela no momento da exibição.
Os promotores do caso afirmaram que os quatro réus participaram do assassinato, mas que ao que tudo indica, teriam tido motivações destoantes. Edson Vieira, um dos promotores, relata que o réu Evandro teria realizado o crime apenas por dinheiro, mas que os outros três mataram para o próprio deleite. Enquanto ouvia Viera falar, Evandro teria feito um sinal de negação com a cabeça para a fala do promotor. O promotor ainda classificou Edelvânia, Graciele e Leandro como psicopatas e pediu que, para eles, fosse dada pena máxima.
Essa fase do júri durou 4 horas, somente com a explanação do caso, e cada réu teve uma hora para se expressar a respeito.
A sessão foi estendida a pedido da juíza para que não houvesse interrupção do debate iniciado.
Haverá ainda nessa sexta-feira (15), uma réplica de duas horas para o Ministério Publico, e também uma tréplica, divida entre as quatro defesas. Esta será a última parte do julgamento antes que o júri possa decidir que os réus são inocentes. A expectativa é de que no mesmo dia a juíza Sucilene Engler profira a sentença dos réus.
A morte de Bernardo Boldrini ocorreu em abril de 2014, quando tinha 11 anos de idade, em decorrência de uma superdosagem de Midazolam, medicamento responsável por provocar o sono. Seu corpo foi encontrado dez dias após o ocorrido, enterrado em uma cova no interior de Frederico Wesphalen, que fica a 80 km de Três Passos.