Um flagrante de duas clientes humilhando o funcionário de uma lanchonete que estava fazendo a limpeza do local viralizou nas redes sociais nesta semana, e internautas acusam as jovens de racismo. As imagens gravadas por uma das jovens, que já foi identificada como sendo Júllia Rodrigues, mostram-na com uma amiga gritando com o funcionário e dizendo para ele lamber o chão. “Isso mesmo, limpa pra eu ver”, foi outra frase usada por elas para destratar o funcionário.
Além do vídeo que viralizou, Jullia também fez outras imagens dizendo que têm pretos “bonitinhos”, mas ele é um preto feio e horroroso.
A jovem ainda não se conteve e falou também do órgão sexual do jovem, e alegou que ela e sua amiga fizeram um “auê” no trabalho do rapaz.
Nesta terça-feira (2), o assunto do vídeo foi o terceiro mais comentado no Twitter, e os internautas definiram a atitude das jovens como racismo, pedindo assim punição para elas. Além de Júllia, a outra participante do vídeo também já foi identificada como sendo Thaís Araújo.
Depois que as imagens viralizaram, a autora do vídeo, Júllia Rodrigues, excluiu a sua conta do Instagram. Mas diferente dela, Thaís decidiu tomar outra atitude e se pronunciou sobre o ocorrido através de vídeos na rede social. A garota relatou que namorou o rapaz durante seis anos e o conhece há oito.
A jovem também admitiu que sua atitude não foi certa, mas não considerava seu ato como racismo. “Ele sabe que não sou racista”, disse.
A jovem também aproveitou para afirmar que no dia em que as imagens foram gravadas, ela estava fora de si e termina pedindo desculpas ao ex-namorado e a todos que possam ter se ofendido com tais palavras.
Acesso Twitter pela manhã e ao conferir a #hashtag #fogonosracistas me deparo com esses seres desprezíveis cometendo este crime no #BOBS pic.twitter.com/ncF2DlsQHD
— Seguidor (@SandroBNovaes) 2 de abril de 2019
Não foi racismo, diz professora de direito
Mesmo com as graves acusações feitas por internautas, segundo Fernanda Freixinho, professora de Direito Penal e de Processo Penal, em entrevista ao site do jornal Extra, o flagrante não configura racismo, mas se enquadra no crime de injúria racial.
A professora também explicou que antes de se iniciar qualquer processo, o ofendido deve manifestar seu desejo de seguir ou não com o processo judicial.
Lanchonete se pronuncia através de nota
A lanchonete Bob’s, onde foram gravadas as imagens, se pronunciou através de nota à imprensa e disse repudiar todo e qualquer tipo de discriminação e assédio. A lanchonete também aproveitou para lamentar o ocorrido nas imagens e disse que o funcionário segue trabalhando normalmente na empresa, desmentindo assim a “fake news” de que o mesmo teria sido demitido após a repercussão do vídeo.