A Polícia Civil está investigando o caso de uma família encontrada morta em seu apartamento neste final de semana, na rua Haddock Lobo, em Santo André, no ABC Paulista. Não havia sinais de violência e arrombamento do imóvel e a suspeita é de que eles tenham sido intoxicados com monóxido de carbono.

As vítimas foram identificadas como sendo o casal Roberto Yasuhide Utima, de 46 anos, e Katia Rumi Sasaki Utima, de 47, além dos filhos Barbara Keiko Utima, de 14 anos, e Enzo Sasaki Utima, de 3 anos. Os corpos foram encontrados pela irmã de uma das vítimas, que é vizinha deles.

Kátia foi encontrada no banheiro, com o chuveiro ligado, Barbara estava no quarto, deitada em um beliche, e Roberto sentado no sofá com o filho mais novo deitado em seu peito. Suspeita-se que as vítimas tenham morrido entre a sexta-feira (12) e o sábado (13). Uma medida feita pela perícia detectou que havia concentração de monóxido de carbono no ambiente acima do tolerável.

Apartamento ficou fechado durante viagem

Segundo Roberto von Haydin, delegado do 1º Distrito Policial e responsável pelas investigações do caso, não havia chaminé no aquecedor de gás do apartamento e, além disso, todas as janelas estavam fechadas, o que reforça a suspeita de que a família tenha morrido intoxicada por conta da inalação do monóxido de carbono.

As investigações buscarão saber quem foi que retirou a chaminé do aquecedor.

“99% de certeza que foi envenenamento por monóxido de carbono”, disse Haydin. “Agora, vamos investigar quem tirou a chaminé do exaustor” seguiu. O delegado disse ainda que a família havia acabado de retornar de uma viagem para a Disney e a chaminé do exaustor impedia o fechamento da janela, por isso ela pode ter sido retirada antes deles partirem para os Estados Unidos.

Quando a mulher ligou o chuveiro e o aquecedor, ainda com o apartamento confinado, o gás tomou conta de todo o ambiente.

O síndico do prédio disse que há dez anos já havia alertado a família, chamado a atenção para o fato de não existir uma chaminé. Eles alegaram que não tinha necessidade de colocar o equipamento uma vez que a janela ficaria sempre aberta.

Família havia passado mal e pássaro morreu

O delegado revelou também que pouco antes de viajarem para a Disney toda a família passou mal e um passarinho que eles tinham morreu. Eles chegaram a procurar um médico, que não detectou o que poderia ter sido já sinais de um possível envenenamento.

"Já foi um aviso pouco antes de eles viajarem", disse Haydin. "É um alerta para quem possui aquecedor a gás. Cuidar muito bem da exaustão”.

O velório das vítimas ocorre nesta segunda-feira (15), no Cemitério Parque Vale dos Pinheirais, em Mauá. O sepultamento está marcado para às 16h.