Na noite da última terça-feira (13), a modelo Najila Trindade, que acusou Neymar de agressão e abuso, afirmou que não ficou surpresa quando soube a respeito da decisão judicial de arquivar, ainda no dia 8 de agosto, o processo investigando a sua denúncia.

"Eu acho normal, porque a palavra dele [Neymar] vale mais que a minha. É o caso de um jogador e eu sou só uma pessoa de família humilde. É muito mais fácil arquivar o caso do que ir atrás da verdade”, disse ela.

Na ocasião em que forneceu a entrevista citada, a modelo compareceu ao 11º Distrito Policial da São Paulo para depor.

Entretanto, o depoimento não está ligado à denúncia do jogador, mas sim ao arrombamento de seu apartamento.

Najila estava acompanhada de seu advogado, Cosme Araújo, durante o depoimento e deverá retornar à delegacia ainda nessa quarta-feira (14) para depor no inquérito referente à tentativa de extorsão.

De acordo com o advogado da modelo, ela soube a respeito do arrombamento por meio de veículos midiáticos e de uma moça que trabalhava com ela. Porém, objetivamente, Najila não poderia saber como o arrombamento aconteceu. Assim, de acordo com Araújo, caso não surjam informações a respeito do caso, ele não possui conhecimento do que aconteceu na ocasião.

Arquivamento do inquérito

A decisão de arquivar o inquérito que investigava as denúncias contra Neymar partiu da juíza Ana Paula Vieira de Moraes, da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.

A juíza acolheu a manifestação do Ministério Público, que propunha o arquivamento do processo.

O pedido do Ministério Público foi realizado por duas promotoras pertencentes ao Grupo de Atuação Especial do Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid), Estefânia Paulin e Flávia Merlini.

De acordo com informações fornecidas por Flávia, o arquivamento foi decidido uma vez que não foram apresentadas provas suficientes para que a investigação tivesse prosseguimento.

Entretanto, a promotora também afirmou que isso não significa que Neymar está absolvido das acusações de Najila. Desse modo, o jogador poderá ser investigado sob a luz de novas provas referentes ao caso.

Para ao Ministério Público, as agressões sofridas pela modelo faziam parte de um contexto maior. Nesse sentido, foi apontado que somente existiam lesões em um dedo de Najila, de acordo com o próprio laudo apresentado pela vítima.

Assim, as promotoras responsáveis acabaram por concluir que não haviam evidências suficientes para corroborar a acusação de abuso.

Flávia ainda ressaltou que as provas recolhidas acabavam entrando em contradição. Devido a isso, foi pedido que a vítima produzisse mais algumas provas, mas isso não aconteceu e, portanto, o inquérito foi arquivado.