De acordo com a Polícia Civil do Pará, foram identificadas ao menos 50 pessoas --entre fazendeiros, pecuaristas e contratados-- suspeitas de terem iniciado incêndios em diversas áreas da Amazônia. As autoridades ainda afirmaram que, em breve, será instaurado um inquérito com o intuito de averiguar o crime ambiental.

Segundo informações da rádio CBN, os 50 identificados não atuaram em escala nacional. Dessa forma, eles seriam culpados somente pelas queimadas que aconteceram no estado do Pará.

A Polícia Civil colheu depoimentos e também desfez alguns acampamentos.

Além disso, foram apreendidas pelas autoridades motosserras, tratores e motocicletas que pertencem aos investigados pelo crime.

Além da investigação conduzida pela Polícia Civil, também está em curso uma investigação por parte da Polícia Federal. Entretanto, a PF busca apurar a suposta realização do “dia do fogo”. A data em questão marcaria a reunião de grileiros, comerciantes, fazendeiros e empresários que estariam se organizando para iniciar incêndios em algumas terras públicas e áreas de matas.

O objetivo do “dia do fogo” seria assegurar que os grupos responsáveis por sua organização pudessem ocupar os territórios em questão, antes pertencentes às reservas ambientais.

De acordo com informações previamente veiculadas, essa “manifestação” estava agendada para o dia 10 de agosto.

Na data em questão, é possível destacar que muitas áreas da região apresentaram significativo aumento no que tange aos incêndios.

Crime calculado

A Polícia Federal sobrevoou as cidades de Altamira e Pacajá, localizadas no Pará, com o intuito de realizar um levantamento sobre as queimadas que aconteceram no estado. O sobrevoo em questão aconteceu na última terça-feira (27).

Além disso, a PF também deu início a algumas ações investigativas relacionadas aos crimes ambientais dos outros estados. Para tal, foram colocados quatro peritos à disposição.

Embora o governo do Pará esteja se mostrando resistente a essas ações, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conseguiu recolher assinaturas para que uma investigação acerca das queimadas também seja conduzida no Senado.

Assim, a “CPI da Amazônia” deverá investigar as origens do fogo na região.

De acordo com o senador, atualmente a hipótese mais comum ligada aos incêndios na Amazônia é a de que o crime tenha sido premeditado. Para ele, ninguém poderia ser capaz de acreditar que é somente um infeliz acaso, visto que as ações em questão parecem coordenadas.

Ainda sobre as medidas de combate ao fogo, é possível destacar que Fernando Azevedo e Silva, o atual ministro da Defesa, comentou que toda ajuda é válida para conseguir solucionar o problema.

Ao ser questionado acerca da ajuda oferecida por países estrangeiros, Azevedo afirmou que essa pergunta não deveria ser feita para ele, mas antes para o responsável pelo ministério das Relações Exteriores ou mesmo ao próprio presidente da República, Jair Bolsonaro. Porém, para ele, não é o caso de aceitar tal ajuda.