Por volta das 7h desta sexta-feira (13), a direção do Hospital Badin informou que durante a madrugada o Corpo de Bombeiros encerrou as buscas por vítimas do incêndio que atingiu um dos prédios do complexo. A tragédia deixou 11 pessoas mortas, todas pacientes do hospital.
Até a manhã desta sexta apenas duas pessoas tinham sido identificadas. Uma delas é Irene Freiras de Brito, de 84 anos, internada há 18 dias e que estava no terceiro andar. A outra vítima identificada é Luzia dos Santos Melo, 88 anos, que também estava no terceiro andar, onde se encontrava a maior parte das vítimas.
O corpo de Bombeiros iniciou a varredura no prédio por volta das 21h45, e os corpos das vítimas foram retirados em sacos plásticos e levados ao Instituto Médico Legal (IML)
O incêndio
Por volta das 18h30 de quinta-feira (12), teve início um incêndio de grande proporção no prédio dois do complexo, formado por dois edifícios --o mais antigo deles, aberto no ano 2000. Acredita-se que o incêndio tenha sido provocado por um curto-circuito em um gerador do prédio 1 e rapidamente a fumaça se espalhou por todos os andares. Nenhum funcionário morreu, de acordo com a direção do hospital.
No hospital havia 224 funcionários trabalhando na hora do incêndio e 103 pessoas internadas. A unidade foi esvaziada e os pacientes levados para a rua, onde ficaram em macas e receberam ajuda de moradores da região, enfermeiros e bombeiros, e posteriormente transferidos.
"A gente conseguiu tirar muita gente no colo por aqui", disse Tânia Areias, que mora ao lado do hospital. Ela relata que não havia macas e que pelo menos 20 pessoas foram retiradas com a ajuda de moradores, funcionários do hospital e bombeiros. "Todo mundo na correria", lembra a moradora. Ela disse ainda que os pacientes eram pessoas idosas e com dificuldades de locomoção.
"Nessa hora a gente só pensa em ajudar", falou.
O dono de uma creche, vizinha ao hospital, informou que os pacientes que estavam em estado mais grave foram acomodados lá. Para facilitar o trabalho de resgate a energia elétrica foi desligada pela Light.
Paredes rachadas
Moradores de casas que fazem divisa com o hospital tiveram que deixar suas residências às pressas por conta do temor das paredes desabarem por conta do fogo, sendo que algumas paredes apresentaram rachaduras.
Gustavo Ferreira, que mora em uma dessas casas, contou que as paredes começaram a rachar e azulejos a se desprenderem. "As paredes que ficam juntas do hospital tinham buracos por onde a fumaça passava", relatou ao G1. Já outro morador, que não quis se identificar, falou que a fumaça tomou conta de todo o cômodo.