Após a divulgação dos áudios da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, no qual um dos suspeitos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes vive – e o presidente da República Jair Bolsonaro possui dois imóveis – deixou alguns questionamentos sem as devidas respostas.

Em decorrência disso, o Portal G1 buscou formular corretamente as perguntas para, dessa forma, conseguir obter respostas, especialmente no que se refere à cronologia, que permitiria que alguém da casa de Jair Bolsonaro estivesse envolvido no crime.

O envolvimento do próprio presidente foi descartado pela própria reportagem do Jornal Nacional, responsável por obter acesso exclusivo aos áudios e os revelou na última terça-feira (29).

Conforme informações fornecidas pelo Ministério Público, os áudios demonstram que o porteiro conversou pelo interfone com Ronnie Lessa, um dos suspeitos do assassinato de Marielle e Anderson, que foi o responsável por autorizar a entrada de Élcio Queiroz no condomínio.

Perguntas sem resposta

No que tange a esse fato, o G1 destaca que as seguintes perguntas ainda devem ser feitas.

  1. Por quais motivos o porteiro pontuou que a entrada foi autoridade por “seu Jair” e não por Ronnie, envolvendo o nome do presidente na investigação?

  2. Porque somente se solicitou a perícia após a exibição da reportagem, visto que os áudios estavam com a procuradoria desde o dia 7 de outubro aproximadamente?

  3. O que levou o Ministério Público a não solicitar a perícia nos computadores em que os arquivos originais dos áudios foram armazenados, afastando a possibilidade de que fossem excluídos ou sofressem alterações?

  4. O que levou o porteiro a fazer a anotação na data dos assassinatos quando os áudios demonstravam que ele havia conversado com Ronnie?

  5. Por quais motivos a esposa de Ronnie fotografou a planilha contendo as informações da entrada de Élcio no condomínio e enviou para o seu marido no mês de janeiro?

É possível destacar que além dos áudios, uma planilha também servia para controlar quem passava pela portaria.

Na data em que o assassinato de Marielle aconteceu, o porteiro anotou que Élcio recebeu a autorização para entrar na casa 58, que pertence a Bolsonaro.

A casa de Ronnie é a de número 65/66. Além disso, uma imagem do mês de janeiro, retirada do celular de Élcio Queiroz, destaca que a anotação foi feita antes do depoimento do prefeito.

No que se refere à planilha, tais pontos ainda não foram esclarecidos.

De acordo com o G1, é possível que os suspeitos tenham tentado incriminar Jair Bolsonaro e conspirado juntamente com o porteiro para conseguir concretizar o seu objetivo. Porém, também não se pode descartar por completo a possibilidade de que as provas tenham sido altera-las para eliminar a possibilidade de envolvimento do presidente no crime.

Assim, embora que a primeira versão destacada não faça sentido, ainda é preciso investigar a possibilidade, visto que as duas teorias possuem a chance de se tornar compatíveis com o que foi apresentado até o momento.

Por fim, de acordo com o G1, é dever do Ministério Público e da Procuradoria Geral da República assegurar que tais perguntas sejam respondidas. Além disso, o site também pontuou que Jair Bolsonaro deve se manter interessado em ver os órgãos citados cumprindo esses pontos, visto que somente dessa maneira as suspeitas serão completamente retiradas de sua família.