As recentes notícias de infectados pela pandemia do novo coronavírus vêm causando um grande estado de pânico ao redor de todo o mundo, com milhões de pessoas temendo o contágio da doença e evitando ao máximo saírem de suas casas.

Segundo informações do BBC News e do portal UOL, ao longo da última semana, diversos profissionais de Saúde, incluindo fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, vêm se deparando com difíceis situações na cidade de São Paulo, sendo, em muitos momentos, hostilizadas e agredidos quando estão no caminho para os locais que exercem sua profissão.

Muitos que residem em locais distantes do emprego necessitam usar o transporte coletivo para conseguir chegar até o trabalho, fazendo com que diversos passageiros fiquem assustados e receosos com a companhia de tais profissionais, tudo devido a recente pandemia do novo coronavírus

A técnica Marina, de 32 anos, que necessita fazer o uso do metrô todos os dias da semana para chegar até seu trabalho no Hospital AC Camargo, localizado na região central da capital, revelou as dificuldades que está passando nos últimos dias, chegando aos prantos em seu trabalho.

Ainda segundo a profissional, quando ela se encontrava de branco na estação Paraíso, esperando do trem, jogaram uma marmita.

Ela diz que não há a certeza se o intuito era cair nela, mas que, no momento, estava mantendo distância de todos do local, sentindo em seu coração que o ato foi direcionado a sua pessoa.

Marina ainda revela que, momentos antes, ouvido xingamentos e que a marmita jogada, por pouco, não pegou em sua perna.

A moça, não parando por aí, disse estar morrendo de medo dos acontecimentos, se indagando de como poderá realizar seu trabalho de ajudar e salvar vidas caso as pessoas ao seu redor não deixarem. Ela frisou que, no momento, muitos precisam de sua ajuda.

No hospital que a profissional exerce sua função, a moça relata que há diversos casos parecidos com seus colegas de trabalho. Por conta disso, a direção do hospital autorizou os profissionais a não irem até o local com vestimentas brancas, evitando que possíveis frustrações possam acontecer no caminho para lá.

A grande maioria dos profissionais de saúde não fazem o uso de roupa branca dentro dos hospitais, indo até o trabalho com vestimentas comuns e, quando está adentrado no local, colocam apenas um uniforme de serviço.

A vestimenta branca, quando utilizada, fica por baixa dos aventais, uniformes e equipamentos de proteção que são necessários para poder ter a aproximação como o doente grave.

Sinal da cruz

Um enfermeiro do Hospital das Clínicas, localizado na zona oeste da capital paulista, manifestou sua indignação, revelando que um de seus colegas estava com vestimentas brancas em um ponto de ônibus para poder ir até o hospital, recebendo um empurrão em suas costas.

Ao olhar para trás com o intuito de entender o que estava acontecendo, deparou-se com uma senhora realizando o sinal da cruz, realizando uma “cara feia” para o rapaz.

Profissionais de saúde ainda relatam que os problemas de segurança tendem a piorar os atendimentos nas emergências de UTIs, dos hospitais de São Paulo, caso os mesmos não tenham segurança para se adentrarem até o local de trabalho.