De acordo com o que foi obtido pelo programa “Fantástico” neste último domingo (24), João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, que foi morto no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, durante uma operação policial, pouco antes de ser atingido pelos disparos da troca de tiros que acontecia no local, havia enviado alguns áudios através do celular para a mãe.
Nos áudios, o jovem, que estava na casa da tia, responde a mãe pedindo que ela tenha calma. A mãe de João, Rafaela Mattos, não estava na mesma casa que o jovem de 14 anos, mas sim em um local próximo de onde o filho foi baleado pelos policiais no Complexo do Salgueiro.
Com o começo dos tiros, a mãe do jovem ouviu os barulhos e logo procurou pelo menino através de um aplicativo para celulares. A última conversa que os dois tiveram, foi devido a um áudio enviado por Rafaela ao menino, perguntando como ele estava, e se mostrando preocupada pelos disparos.
João Pedro conversou com a mãe antes de ser morto
Na conversa, Rafaela procura o filho para perguntar se ele estaria sozinho em casa, ou se o tio dele estaria com ele no momento. Em seguida, ela questiona se o tiroteio de fato está acontecendo próximo ao local onde o menino se encontrava.
O jovem então respondeu à mãe que o tio estava a caminho da casa, e, novamente, Rafaela questionou se o tiroteio estava acontecendo próximo ao local onde João Pedro estava.
O adolescente então respondeu à mãe garantindo que estava dentro de casa, e logo tentou tranquilizá-la. "Estou dentro de casa. Calma”, disse o menino em resposta.
Na entrevista que foi ao ar pelo “Fantástico” neste último domingo (24), Rafaela ainda revelou que no momento em que ouviu os disparos ficou muito aflita, porque não tinha notícia alguma a respeito do filho.
Ela contou que, no momento, ninguém atendia seus telefonemas, e que ela ficou muito nervosa e chorando, pois não conseguia obter notícias de ninguém sobre o que estava acontecendo na localidade onde o filho estava no momento da troca de tiros com os policias.
João Pedro morreu durante uma operação da Polícia Civil e Federal, que aconteceu no dia 18 de maio, no Complexo do Salgueiro.
Pouco antes que o menino fosse baleado pelos policiais da ação em questão, ele também teve um momento de troca de áudios com seus tios, donos da casa em que o jovem estava no momento da ação, e se mostrou muito assustado.
A tia do adolescente chegou a pedir ao longo dos áudios para que ele não saísse de casa, e que se a polícia chamasse no local era para ele atender.
Logo ao final da operação no Complexo do Salgueiro, a casa em que João Pedro estava no momento dos disparos foi encontrada com mais de 70 marcas de tiros por todos os lugares. Denise e Nadilton, que são tios de João Pedro, são moradores do local e estavam fora da residência pois estavam no trabalho.