A morte trágica do menino Miguel, de 5 anos, no último dia 2 de junho, chocou e gerou revolta nos brasileiros. A criança caiu do nono andar de um prédio no Recife, após ser deixado sozinho em um elevador pela patroa de sua mãe, que estava passeando com o cachorro da família.
Morte do menino Miguel
No dia 2 de junho, Mirtes de Souza não tinha com quem deixar o filho para ir trabalhar como doméstica na casa da família do prefeito de Tamandaré, e por isso mesmo levou o filho com ela, situação costumeira. Em certo momento, ela teve que sair para levar a cachorra da patroa para passear e deixou o filho sob os cuidados da mesma.
Imagens de segurança já haviam mostrado o momento em que o menino entra no elevador e, após tentar tirá-lo de lá, Sarí Corte Real aperta um botão e deixa o menino sozinho. Quando o elevador parou no nono andar, Miguel desceu e um minuto depois caiu no térreo do prédio. Novas imagens mostradas pelo "Fantástico" neste domingo mostram o que ocorreu após a queda da criança.
Novas imagens de vídeo
As gravações mostram que eram 13h13 quando Mirtes entra no elevador voltando para a casa da patroa quando o zelador entrou e contou que alguém tinha acabado de cair do prédio. Ao saírem do elevador, os dois foram para o local da queda, quando a mesma se deparou com o corpo do seu filho. As imagens mostram o desespero da mulher ao ver o seu filho no chão.
A chegada de Mirtes e do zelador ocorreu dois minutos após a queda de Miguel. A empregada conta que pediu a Deus para tirar a sua vida e dar para a criança.
Tomaz Silva, funcionário do prédio, prestou depoimento e disse que fez os primeiros socorros no menino. O homem contou que a criança apertou a sua mão e que ele pedia para o menino reagir e dizia que ainda iam jogar bola.
Mãe de Miguel conta o que aconteceu no dia
Mirtes Renata contou que avisou a patroa que ia descer com a cachorrinha e que o filho chorou um pouco querendo ir, mas ela disse que voltava rápido e chegou a falar isso umas três vezes. Ela disse que jamais pensou que seu filho pudesse cair do prédio e que quando o viu no chão ele ainda estava com pulsação.
Após o desespero de ver seu filho ao chão, a mulher deitou ao lado da criança, enquanto o funcionário do prédio prestava os primeiros socorros. Nas imagens, Sarí aparece um minuto depois, conversa com o funcionário, olha para cima e leva as mãos ao rosto.
Mirtes conta que chegou um morador do local que é médico e o mesmo disse que a criança estava viva, mas que precisava ser socorrida rápido e nisso a patroa disse que levava e subiu para buscar as chaves do carro. A mulher voltou três minutos depois, mas quando o elevador parou no térreo, a mulher demorou a sair do local. Em seguida, foi até Mirtes consolando-a com um abraço.
Mirtes conta que pegaram o menino com cuidado e levaram até o carro que estava na garagem.
O menino chegou vivo ao hospital, mas faleceu pouco depois de chegar na unidade de saúde. Mirtes conta que no hospital, Sarí disse que Miguel tinha fugido do seu apartamento, driblando-a e que ele tinha entrado no elevador não dando tempo dela segurar a porta. As imagens de vídeo mostram que antes de deixar o menino sozinho no elevador, Sarí já havia convencido e tirado o menino do local outras quatro vezes em que o mesmo entrou correndo no aparelho.
No dia do acidente, a mulher foi presa acusada de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, mas pagou uma fiança de 20 mil reais e obteve o benefício de responder em liberdade.