De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo, um dos policiais civis que estão sendo investigados no caso da morte de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, entregou um fuzil M16 calibre 556 para análise apenas uma semana após o crime. A arma entregada pelo policial possuí o mesmo calibre do projétil que atingiu o adolescente, que foi assassinado durante uma operação conjunta com a Polícia Federal em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Segundo informações do jornal O Globo, ao prestar seu primeiro depoimento sobre o assunto na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHSGI), o policial civil não informou que havia usado o fuzil no dia da operação que resultou na morte do adolescente.
Primeiro depoimento
Em seu primeiro depoimento, realizado no dia 18 de maio, o agente afirmou que havia realizado dez disparos com um fuzil Parafal calibre 762 dentro da residência e, por isso, essa teria sido a única arma de fogo entregada por ele para os investigadores na ocasião. Contudo, uma semana depois, segunda-feira (25), o agente retornou a delegacia, onde informou também ter feito 16 disparos com outro armamento, desta vez, com um fuzil calibre 556, mesmo calibre que tirou a vida de João Pedro.
Segundo o policial, ele só teria percebido que se esqueceu de mencionar sobre este fuzil, quando retornou a base e foi contar os cartuchos que sobraram. Por isso, agora a arma será submetida a um confronto balístico com o projétil que foi encontrado no corpo do adolescente.
MP-RJ começa ouvir amigos e familiares de João Pedro
Na manhã desta segunda-feira (1), o Ministério Público do Rio de Janeiro começou a ouvir os depoimentos dos amigos e da família de João Pedro. Os depoimentos serão realizados pelo Gaesp (Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública), organização que atua nos casos envolvendo indícios de violência policial.
Vale lembrar que, de acordo com o laudo cadavérico, o jovem foi atingido pelas costas com um único disparo e o projétil ficou alojado em seu corpo.
Agora, a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo aguarda o resultado dos laudos de confronto balístico, para assim, saber se o projétil encontrado no corpo de João saiu de alguma das três armas de policiais civis, que foram apreendidas na semana em que aconteceu o crime.
Além disso, também já se sabe que será realizada uma reprodução simulada, porém, a mesma ainda não tem nenhuma data marcada.
João Pedro morreu na segunda-feira (18), baleado durante uma operação da Polícia Civil junto com a Polícia Feral, no Complexo do Salgueiro, no Rio de Janeiro. No momento que foi atingido, o jovem estava na casa do tio. Segundo testemunhas, suspeitos, que estavam tentando fugir, invadiram a casa do tio de João, e a perícia afirma ter encontrado marcas de tiros que provavelmente foram feitos de dentro da casa.