Nesta terça-feira (8), um bebê de apenas dois meses foi resgatado pela Polícia em uma boca de fumo na cidade de Pontes e Lacerda, próximo a Cuiabá.
O caso
De acordo com informações fornecidas pela Polícia Civil, a mulher, que é mãe de mais cinco filhos que não vivem junto dela, é viciada em drogas. Ela teria uma dívida com traficantes e acabou deixando o bebê na boca de fumo como garantia de que retornaria ao local para pagar o que devia.
A polícia conseguiu resgatar a criança graças a uma denúncia realizada ao Conselho Tutelar da Região. Até a quarta-feira (9), a mãe ainda não havia sido localizada pelas autoridades.
Boca de Fumo
Ainda de acordo com a Polícia Civil, ao chegar na casa onde funciona a boca de fumo, a criança foi encontrada sob os cuidados de duas mulheres.
As "cuidadoras" negaram que a criança estaria no local como garantia e disseram que elas estavam apenas cuidando do bebê a pedido da mãe. A criança foi resgatada e encaminhada ao Lar de Apoio à Criança (LAC) de Pontes e Lacerda.
Delegada
Bruna Caroline Laet, delegada responsável pelo caso, relatou que a mãe será investigada pelo crime de prometer ou entregar o próprio filho ou criança a terceiros mediante pagamento ou recompensa. O crime está descrito no artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A delegada descreveu a situação como repugnante, pois a criança foi usada realmente como uma moeda de troca.
Ainda de acordo com a delegada, além da mãe, as pessoas responsáveis por receber a criança nesta condição também serão investigadas.
Guarda da criança
Na última segunda-feira (7), o juiz Cláudio Deodato Rodrigues Pereira, da 2ª Vara de Pontes e Lacerda, havia decretado que a guarda da criança fosse retirada da mãe em caráter temporário.
A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Mato Grosso, que havia realizado denúncias contra a mãe da criança por negligência. A informação de que a mulher frequentava pontos de venda de drogas na companhia do bebê já era de conhecimento da instituição.
A mulher é mãe de cinco crianças e usuária de drogas há mais de dez anos.
O bebê era o único que ainda permanecia sob sua guarda, os outros quatro já haviam sido retirados dela anteriormente. A avó materna da criança era quem cuidava dela inicialmente, no entanto, devido a problemas de saúde ela não tem condições de permanecer responsável pela criança.
De acordo com as autoridades, o primeiro filho da mulher morreu com apenas dois anos de idade. O segundo e o terceiro filhos vivem sob a tutela de pessoas que não têm vínculo com a família dela. O quarto filho vive em um abrigo para menores.