Há denuncias de um suposto esquema de “rachadinha” envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que ainda não foram apuradas. Contudo, parece que essas denúncias tiveram um novo capítulo com um depoimento de um ex-funcionário de Bolsonaro. Marcelo Luiz Nogueira dos Santos disse em entrevista ao portal Metrópoles que Bolsonaro delegou o comando do suposto esquema aos filhos Carlos e Flavio depois de ter descoberto uma traição da ex-mulher, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle. Segundo o funcionário, ela era a pessoa responsável por controlar o recolhimento de uma parte do salário dos assessores dos parlamentares que estavam no esquema.
Em entrevista ao jornalista Guilherme Amado, Marcelo disse que teria visto muitos golpes de Ana Cristina, de quem Bolsonaro se divorciou em 2007. Bolsonaro teria, supostamente, tido conhecimento desses esquemas que se caracterizam como crimes. Pressionado por Ana Cristina, o presidente teria sido conivente em vários momentos.
No ano de 2008, segundo o ex-funcionário, Ana Cristina, em meio à disputa pela guarda do filho do casal, Jair Renan Bolsonaro, teria feito uma simulação de um furto no cofre que os dois tinham dentro do Banco do Brasil, para acusar o ex-marido. Esse roubo foi revelado em 2018 pelos jornalistas Hugo Marques, Nonato Vargas e Thiago Bronzatto. Entretanto, tudo não teria passado de uma mentira.
A advogada moveu uma ação na 1ª vara da família no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) acusando Bolsonaro de ter roubado os pertences do BB. Dentro desse cofre, havia joias avaliadas em R$ 600 mil e US$ 30 mil e R$ 200 mil em espécie.
Falsa acusação
Segundo o ex-funcionário, o furto falso ao cofre dos dois que estava no Bando do Brasil foi registrado no dia 26 de outubro de 2007, na 5ª delegacia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, pela própria advogada, que antes teria feito um boletim acusando Bolsonaro.
Segundo seu depoimento, Ana Cristina apareceu na agência e não conseguiu acessar com a chave que possuía. Um chaveiro – que foi chamado até a agência – teria conseguido abrir o cofre, constatando-se que estava vazio. Ana Cristina então teria ido até à delegacia e acusado Bolsonaro do furto.
Durante a investigação sobre esse suposto furto, porém, Bolsonaro prestou depoimento nesse processo da guarda de Jair Renan em que acusava mulher de chantageá-lo. O presidente, na época, disse que a ex-mulher havia feito o sequestro do próprio filho. Ela levou Renan à Noruega e dizia que o menino só iria voltar se Bolsonaro devolvesse o dinheiro e as joias.
