É uma verdadeira visão espetacular: um buraco quase perfeitamente redondo no mar que tem aproximadamente 305 metros de diâmetro e 120 metros de profundidade na costa de Belize. Agora, novas pesquisas indicam que essa formação geológica está provendo pistas aos cientistas sobre o que ocorreu com a civilização Maia.

Os cientistas têm extraído minerais do chamado Blue Hole (buraco azul, em tradução livre) e lagoas próximas, fornecendo evidências de que a região sofreu uma seca extrema no século IX, logo quando a civilização Maia desapareceu. Eventualmente, as chuvas voltaram, mas os Maias moveram-se para o norte e desapareceram novamente, durante um novo período de seca, segundo a Discovery News.

Não é a primeira vez que uma seca tem sido postulada como a razão para o desaparecimento dos maias.

Os Maias atingiram seu apogeu entre 300 e 700 A.C., quando governavam a península de Yucatan, construindo pirâmides espetaculares que ainda são visitadas, além de criarem seu próprio sistema de astronomia, escrita e calendários. Era deles o famoso calendário que foi interpretado como dando fim ao mundo em 2012.

Após 700 A.C., a civilização Maia começou a se desfazer, por conta de guerras e anarquia. Mas foi a seca que determinou a sua extinção.

Cientistas tem encontrado estas evidências recentemente, tendo começado a se focar na teoria em 1995. Um estudo publicado dois anos atrás na Science examinava uma estalagmite de 2000 anos encontrada numa caverna de Belize.

Era uma evidência de que houve uma queda aguda na precipitação pluvial, quase no mesmo momento em que a civilização Maia começou a desaparecer. Mas esses dados vieram apenas de uma caverna, não podendo ser extrapolados para toda a região.

Finalmente, por que a seca atingiu a região tão fortemente? Cientistas acreditam que o sistema climático, conhecido como Zona de Convergência Intertropical, que é responsável por causar chuvas na península durante o verão e migra para o sul no inverno, se deslocou na época, e a pesada chuva a que os Maias estavam acostumados no verão não ocorreu.