A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta terça-feira, 3, a comercialização de vários remédios fabricados pela Brainfarma entre janeiro e março de 2016. A lista abrange mais de 100 lotes de cerca de 60 produtos, e incluem "campeões de venda" como Dipirona, Epocler, Amoxicilina e Doril. Apesar da proibição da venda, a Anvisa afirma que a ingestão destes lotes de remédio não causa riscos à saúde. De acordo com a Brainfarma, o recohimento dos remédios foi uma iniciativa da própria empresa ao perceber que os lotes foram distribuídos com o peso incorreto.

Não está clara, entretanto, de que forma esta pesagem incorreta afetará a saúde das pessoas que confiarem nos remédios para tratar seus problemas de saúde. A amoxicilina, por exemplo, é usada para o tratamento de infecções bacterianas.

Entre os remédios com comercialização proibida estão Amoxicilina (lotes B15M1516 e B15M1517), Coristina Vitamina C Efervescente (B16A1198 e B16A1137), Biotônico Fontoura (B16A1355), Dipirona Sódica 1g (B16A1611, B16A1612, B16A1701, B15M1981, B15M1982, B15M1983, B16A1738, B16A1739), Doril Enxaqueca (B15M1550), Epocler líquido (B15M1624), Escabin (B15M1854), Maracujina (B16A0840) e Polaramine (B16A0054).

Consumidores que tiverem dúvidas podem ligar para o telefone 0800 77 17017.

Amoxicilina já apresentou problemas antes

Esta não é a primeira vez que a Anvisa suspende o uso da amoxicilina. Em setembro do ano passado a agência decidiu recolher a amoxicilina produzida por outras três indústrias farmacêuticas. A agência argumentou que o remédio não tinha passado por "estudos de bioequivalência", ou seja, não havia comprovação de sua eficácia.

A suspensão terminou em dezembro.

Brainfarma enfrenta dificuldades com a justiça

O recolhimento voluntário dos lotes de remédio é apenas um dos problemas que a gigante farmacêutica Brainfarma tem enfrentado nos úlitmos meses. A empresa é uma subsidiária da Hypermarcas, companhia que está envola na Lava Jato. Em março de 2016 o diretor de relações institucionais da Hypermarcas, Nelson Mello, fechou um acordo de delação premiada com os procuradores da Lava Jato. O diretor admitiu ter pago propina a políticos do PMDB para que fossem aprovadas medidas favoráveis à empresa e ao setor farmacêutico.